publicidade

Marco Claudino é o cabeça de lista do Partido Social Democrata (PSD) à Câmara Municipal de Torres Vedras nas Eleições Autárquicas do próximo ano. O nome foi avançado no início do mês, com aprovação por unanimidade pela Comissão Política, a que se seguiu o aval da distrital social-democrata. “Ninguém foi para os jornais dizer que estava disponível e por-se em bicos dos pés” diz o candidato ao Torres Vedras Web. “O que eu li da parte do Partido Socialista, em Maio e em Setembro, foi ‘eu estou disponível, eu estou aqui'” afirma, apontando baterias a Carlos Bernardes. “Torres Vedras precisa de um novo impulso e de uma nova dinâmica. Acredito sinceramente que vamos ganhar as Autárquicas de 2017.”

O líder social-democrata assegura que, em caso de vitória, “faremos seguramente uma transição tranquila”, uma vez que “não tenho uma visão sectária das coisas, não acho que esteja tudo mal.” No entanto, não deixa de assegurar um conjunto de mudanças imediatas. “Posso dizer que vamos baixar a taxa do IMI.” Uma medida que considera que já devia ter sido implementada pelo actual Executivo Municipal. “A taxa não se alterou mas sucede que, com a alteração da avaliação dos imóveis, corresponde a uma receita muitíssimo superior.” Uma carga fiscal que considera “exagerada” e que explica através de números. “Estamos a falar de 13,5 milhões de euros por ano. Se quisermos decompor, cada torreense paga cinquenta cêntimos por dia” conclui.

“Vimos uma auto-estrada ser construída para a Ericeira, um IP para Peniche, e Nazaré a promover o que é a sua natureza. E nós nem uma placa na auto-estrada a dizer Santa Cruz temos. Isso diz muito daquilo que não temos feito relativamente à promoção da localidade.” Claudino assegura, assim, que irá retomar um projecto apresentado pelo PSD em 2001 que consiste numa “correcção muito significativa da estrada alternativa que muitos apelidam como Estrada para as Palhagueiras.” Uma medida que se insere na promoção da região, e que se surge de mãos dadas com a vontade de tornar Torres Vedras na Capital Europeia do Vinho em 2018. “É importante podermos pensar de forma mais ambiciosa.”

Também a Promotorres está na rota das alterações apontadas pelo candidato. Apesar da “estima pessoal pelos elementos que compõem o Conselho de Administração, não deixaremos de fazer uma proposta em que alteraremos a Promotorres. Não está a servir Torres Vedras da forma que eu entendo que deve fazer.” As críticas direccionam-se a uma falta da promoção turística, do desenvolvimento económico, bem como à área da mobilidade. “Será seguramente liderada por alguém que tenha capacidade de promoção turística e o bom-senso de poder atrair para Torres Vedras aquilo de que precisamos. Não quero que seja apenas uma extensão do município, sem qualquer tipo de iniciativa e autonomia própria. Quero que possam libertar-se e trabalhar nesse sentido.”

Mudanças que revelam “insegurança”

A recente saída de Sérgio Galvão, vereador das finanças, assim como as alterações na Promotorres e no SMAS levam Marco Claudino a considerar “profundamente lamentável que alguém que trabalhou com o anterior Presidente de Câmara, tenha querido demonstrar uma posição de força e de autoridade, fazendo uma ruptura clara com o anterior Presidente”, referindo-se a Carlos Bernardes. Atitudes que revelam “alguma insegurança” e que reflectem uma “transposição de dinâmica do município.” Ao olhar para Carlos Bernardes, o candidato aponta “alguma ausência de liberdade de actuação” que o inquieta. O facto de o edil ter ter sido secretário de Junta de Freguesia, candidato a Presidente da Câmara do Sobral de Monte Agraço e vereador, levam o social-democrata a apontar uma “falta de independência de vida face ao Partido Socialista e àquilo que é a sua condicionante.” Num exercício de auto-análise, afirma. “Tenho uma grande independência de espírito e liberdade de actuação na vida política. Não tenho de fazer fretes ao Partido.”

"Acredito que vamos ganhar as Autárquicas de 2017" afirma Marco Claudino, candidato do PSD
Marco Claudino aponta “alguma ausência de liberdade de actuação” de Carlos Bernardes em relação ao Partido Socialista.

“Enquanto Presidente de Câmara não sou do Benfica nem do Sporting, não sou do PSD nem do PS, sou de Torres Vedras” sublinha, não reconhecendo o mesmo no candidato socialista. “Não o vejo com disponibilidade, autoridade e autonomia suficiente para ter essa actuação na defesa dos torreenses.” Ao desempenho do autarca, o foco segue para o rumo da autarquia. “A política do município começa e acaba no aproveitamento dos fundos comunitários. Com os quais eu concordo que se aproveite, mas é sempre uma política dos mínimos.” Enumera o dinheiro do Orçamento de Estado, do IMI e dos fundos comunitários, para concluir que “não há uma política de tentar aumentar a base de pessoas que vão contribuir. E isso só se consegue com a atracção de empresas e pessoas, para que cada um de nós possa pagar menos e ter mais dinheiro no final do mês.”

A atracção de investimento para a região assume-se, assim, como outra das bandeiras do social-democrata. “Todos os grandes investimentos que existem em Torres Vedras nos últimos 10/15 anos têm um denominador comum: são feitos por torreenses. Significa que o município não faz nada para atrair investimento.” Claudino salvaguarda que “estamos muito agradecidos que os torreenses invistam e que gostem da sua terra, mas o município tem de ser muito mais. Tem de captar investimento e projectos que possam gerar emprego.”

As relações entre a Autarquia e o sector empresarial também estão no ponto de mira. “Temos um município que está em 177º lugar no ranking da transparência municipal. Acho que devia envergonhar qualquer torreense. Tomaremos uma iniciativa muito brevemente sobre esta situação, porque entendo que não há empresas de primeira e de segunda”, avança. “Levantando um pouco o véu”, acede, “posso dizer que ao nível dos ajustes directos, não percebo porque é que há empresas sucessivamente preferidas e outras sucessivamente ignoradas.” Marco Claudino olha para um concelho onde encontra o que diz serem empresas “fantasmo-múltiplas”: “criadas com o propósito de ultrapassar os limites da contratação pública.” Uma situação complexa, que se encontra “numa fronteira de legalidade” mas que, a seu ver, se trata “de uma fraude à lei e aos princípios da contratação pública.” O candidato pretende “demonstrar claramente que há um ambiente viciado em Torres Vedras”, garantindo. “Comigo a Câmara vai ser transparente.” E vai mais longe. “Não quero que o concelho tenha uma política de beija-mão. Toda a gente tem de ter a sua dignidade, os seus direitos, os seus deveres, num quadro de previsibilidade e transparência.”

O caminho até às Autárquicas

Sem avançar quem o vai acompanhar nas listas do PSD às Autárquicas, Marco Claudino adianta que já tem um “desenho” dos nomes que irão estar em cima da mesa. “Acredito que conseguirei agregar um conjunto de pessoas e de vontades, e que a mudança em Torres Vedras seja uma realidade daqui a um ano.” Uma convicção que reforça a cada frase. “Estou em crer que há um grande sentimento de mudança. Há pessoas que perceberão que, neste momento, a Câmara Municipal não tem um rumo nem uma solidez de liderança que lhe permita ambicionar uma Torres Vedras de futuro. Essa percepção de algum descontrolo do Município começa a existir.”

Com o desenrolar da conversa, Carlos Bernardes volta a estar no centro das críticas. “O Presidente da Câmara tem uma atitude semelhante a algumas famílias no Natal: estão um ano sem se falar e depois dão um presente. Creio que não é por receber um livre de trânsito no Carnaval ou um almoço no Natal que a vida dos funcionários da Câmara é melhorada.” O social-democrata acredita, assim, que “vai haver uma votação bastante significativa no PSD ao nível dos funcionários do Município.” E assegura. “Conto muito com os funcionários do Município, do SMAS e da Promotorres para desenvolver os projectos que naturalmente Torres Vedras necessita que sejam desenvolvidos.”

Os cerca de 11 meses que separam os dias de hoje das Eleições Autárquicas são “em simultâneo, um tempo curto e longo.” A candidatura irá lançar, “dentro de muito pouco tempo” um sítio online em que se pretende recolher o contributo dos torreenses para o desenvolvimento do programa eleitoral. Quanto a críticas da oposição, Marco Claudino não tem dúvidas. “Sei bem aquilo que o PS quererá dizer: que sou demasiado novo. Mas não creio que seja um defeito… A idade certa é sempre aquela que temos.” Membro da Assembleia Municipal desde 2005, o candidato remata. “Faço aquilo que gosto e em que acredito, com muita motivação e determinação. Porque é preciso achar que se tem condições e querer. Portanto não me verão nunca a queixar deste caminho que escolhi e desta opção que tomei em conjunto com o PSD.”

publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here