
O antigo Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior, também conhecido como hospital do Barro, tem vindo a ser alvo de furtos, desde que o Centro Hospitalar do Oeste encerrou aí a atividade clínica em maio de 2015.
Dezenas de portas, janelas, tubagens, torneiras e até o sino da capela do edifício desapareceram no último ano, por as instalações estarem localizadas em zona isolada, já fora da localidade do Barro.
Questionado pela Lusa, o Ministério da Saúde disse que já tem conhecimento da situação, através de uma carta endereçada em dezembro de 2015 pela administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) e de uma outra enviada pela Câmara Municipal de Torres, já em janeiro deste ano, mas não avançou com qualquer solução.
Desde há um ano que o imóvel aguarda por um novo destino por parte do Ministério das Finanças, depois de ser usado para serviços do CHO.
De acordo com o Ministério da Saúde, a nova administração do CHO, presidida por Ana Paula Harfouche e que entrou em funções em fevereiro, está a estudar o destino do imóvel.
Em abril do ano passado, questionado pela Lusa, o Ministério das Finanças admitiu que o edifício poderia “vir a ser futuramente alienado”, mas não tinha qualquer procedimento em curso nesse sentido.
Em abril de 2015, o CHO transferiu daí o serviço de Medicina Física e de Reabilitação para o hospital de Torres Vedras, desocupando na íntegra o espaço e concentrando todos os serviços o hospital da cidade, depois de obras de adaptação, que custaram 167 mil euros.
Em dezembro de 2014, tinha transferido também para o hospital da cidade o serviço de Pneumologia que funcionava no do Barro.
A concentração de serviços só foi possível depois da transferência da maternidade para as Caldas da Rainha.
O encerramento do Barro era uma das medidas da reestruturação dos serviços hospitalares na região Oeste, em curso desde 2013, por ser um edifício antigo e “sem condições” para doentes e profissionais.
O Hospital do Barro foi a última unidade de internamento especializada em Portugal no internamento de doentes com tuberculose. Em 2008, deixou de receber doentes com tuberculose multirresistente, por falta de condições, depois de, nesse ano, ter sido visitado pelo enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, o ex-Presidente da República Jorge Sampaio.
O CHO engloba os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche e abrange, além das populações destes concelhos, as de Óbidos, Bombarral, Cadaval, Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra, servindo mais de 292.500 pessoas.