No dia 8 de julho assinala-se o Dia Mundial da Alergia, iniciativa entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a World Allergy Organization, que tem como objetivo a sensibilização para o diagnóstico e tratamento das alergias.
Segundo Pedro Martins (vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica), “em Portugal, estima-se que a doença alérgica afete cerca de um terço da população: de acordo com os dados atuais, 30% da nossa população tem queixas de rinite, 18% tem concomitantemente queixas de conjuntivite, 6.7% asma e cerca de 5% reportam alergia alimentar”.
Uma alergia é uma resposta exagerada do sistema imunitário que, ao entrar em contacto com substâncias que normalmente são inofensivas para a maioria das pessoas, desencadeia reações inflamatórias para as eliminar.
Alergia Ocular
Quando determinado agente estranho (alergénio) entra em contacto com a mucosa ocular, ocorre uma alergia ocular, despoletando uma conjuntivite alérgica. Esta (não sendo contagiosa), afeta não só os olhos, como poderá afetar as pálpebras e a pele. Os sintomas que maioritariamente se manifestam, podendo afetar os dois olhos, são prurido (comichão), vermelhidão, lacrimejo/secreção transparente e abundante. Pessoas com alergia ocular apresentam maior risco para o desenvolvimento de alterações visuais, queratocone, glaucoma, catarata, opacidades corneanas e cegueira.
Embora possa surgir de forma isolada, a alergia ocular pode surgir associada a outras manifestações de alergia, como espirros e corrimento nasal. Ocorre em qualquer altura do ano, embora mais comum na primavera, devido a elevadas concentrações de pólen no ar. A melhor abordagem para prevenção da conjuntivite alérgica passa por evitar o contacto com os agentes que provocam a alergia (pólen, pelo de animais, ácaros, pó, mofo, etc.).
Algumas simples rotinas poderão ajudar a prevenir estas alergias
– manter as janelas fechadas em períodos de maior concentração de pólen;
– usar óculos ou óculos de sol no exterior, evitando o contacto do pólen com a superfície ocular;
– usar protetor de colchão à prova de ácaros;
– utilizar desumidificador, controlando a humidade no ar e consequente mofo;
– lavar as mãos após o contacto com animais.
A Alergia ocular e as lentes de contacto
Para utilizadores de lentes de contacto propensos a alergias oculares, é aconselhável o uso de lentes de contacto diárias em silicone hidrogel. As mesmas são descartáveis após uma única utilização, diminuindo a acumulação de alergénios e outros detritos na superfície da lente, além de permitirem a passagem de uma maior quantidade de oxigénio para a superfície ocular.
Para o tratamento das alergias oculares e sempre aconselhável falar com o seu especialista da visão.
Artigo de Opinião de Bruno Santos – Optometrista na ÓTICAS-OCT