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 A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) apelou hoje à reabertura das centrais a carvão e à descida dos impostos sobre os produtos energéticos para garantir a sustentabilidade das empresas face à crise energética agravada pela guerra na Ucrânia.

“A emergência de uma guerra na Europa veio agravar esta crise energética, que já vivíamos em Portugal e dando-lhe dimensões que impossibilitam a sustentabilidade das nossas empresas e famílias”, defende a AIRO num comunicado enviado à Lusa, em que apela aos organismos estatais na área da energia para que sejam “tomadas medidas urgentes”.

A associação, sediada nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, e que tem entre os seus associados empresas de todos os concelhos da região Oeste, solicita a reabertura das centrais a carvão “até à normalização dos preços”, sustentando que a medida permitirá “um aumento de produção energética até 1,8 gigawatts”.

A diminuição da carga fiscal sobre todos os produtos energéticos e a simplificação das medidas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e no quadro comunitário Portugal 2030, são outras das medidas defendidas no documento.

Para a associação é ainda preciso aumentar a liberalização dos mercados energéticos, “nomeadamente do gás permitindo a entrada de novos operadores” ou a possibilidade da compra direta pelas empresas em mercados externos, como o praticado em vários países na Europa.

Por outro lado, é referido no documento, é necessário “criar medidas para impulsionar a investigação em outras fontes de energia renováveis, como a energia das ondas”, num país “fortemente dependente de fontes energéticas externas”.

Uma dependência que a AIRO considera ter-se agravado “com o fecho das centrais a carvão, com os efeitos da seca, que demonstrou que as albufeiras disponíveis e a produção hidroelétrica, eólica ou solar não são suficientes para as necessidades” do país, que “não tem capacidade financeira para pagar os custos energéticos atuais”.

A escalada dos preços nos mercados energéticos e das matérias-primas tornou-se, durante a pandemia de covid-19, “um problema para as empresas portuguesas”, face aos aumentos dos curtos da energia elétrica, do gás e dos combustíveis, sublinha ainda a AIRO, lembrando o impacto destes custos numa região cuja indústria é “ligada ao setor alimentar, nomeadamente peixe, frutícolas e hortícolas que precisam de câmaras frigorificas ligadas 24 horas por dia”.

Perante este cenário, a AIRO defende ainda a necessidade de estreitar as relações comerciais com outros países produtores de matérias-primas energéticas para suprir as necessidades energéticas imediatas de Portugal e a criação de uma bolsa de matérias-primas com os países Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Além disso, acrescenta, deveria apostar-se no incremento da investigação para promover “a substituição de matérias-primas importadas por produtos substitutos ou incentivar a plantação e produção, sempre que possível, desses mesmos produtos em Portugal”.

Considerando que está a risco a sustentabilidade financeira das empresas, a AIRO manifesta disponibilidade para integrar um grupo de trabalho para a implementação das medidas propostas.

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Agência Lusa
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