
Batman, Homem Aranha, Super Homem e Obélix estão de volta à cidade. O Bang Awards – Festival Internacional de Cinema de Animação vai para a terceira edição, que arranca na próxima Segunda-Feira, 26, em Torres Vedras. “A Natureza Humana” dá o mote para a mostra deste ano, que conta com mais de 300 fitas em competição, oriundas de mais de 67 países. “Temos filmes fantásticos sobre a natureza humana que nos levam a pensar na nossa realidade, na sociedade, e em como interagimos uns com os outros” explica Cátia Candeias, da direcção criativa do festival.
“Queríamos divulgar a história através do cinema de animação e houve a oportunidade de chegar com o tema das Linhas de Torres e das Invasões Francesas ao público mais jovem.” Estávamos em 2012 quando surgiu a ideia de produzir um festival de cinema de animação. E se Cátia confessa que “não fazíamos a mínima ideia de como ia correr”, a realidade é que o número de filmes superou as expectativas, com a participação de fitas de vários países. “O Bang Awards também tem um carácter mais humanitário e comunitário” explica, para justificar as parcerias internacionais que vão estar representadas em Torres Vedras.
Entre a programação encontramos o projecto “Favela é Isso Aí”, que Cátia destaca. “Já levámos as mostras de cinema para as favelas brasileiras, e é um projecto marcante porque os moradores da favela, em conjunto com a organização, fizeram pequenas curtas de cinema de animação.” Outro dos projectos que considera “super inspirador” é o Cinéma du Désert, “em que levam a mostra de filmes num camião para as aldeias mais isoladas de África.” Em comum entre estas parcerias, conta, está o facto de terem chegado ao festival português através da sua plataforma online. “Os artistas podem enviar o filme e toda a gente pode votar, e a partir daí cria-se uma conexão em que as pessoas comunicam connosco e querem saber mais sobre o projecto.”
Um festival para todos
As parcerias internacionais e as ligações interculturais parecem, de facto, continuar no horizonte deste festival. “A nossa preocupação é poder levar o Bang a outros países, fazer um intercâmbio com artistas e realizadores e promover Torres Vedras no mundo.” Para isso, a nova categoria Offline permite, precisamente, que os filmes profissionais que entrem no Bang possam continuar a rodar outros festivais. “Queremos dar oportunidade aos actores emergentes e aos artistas profissionais.” No fundo, conclui, “queremos que este festival seja para todos, que não seja um festival elitista.”
Estados Unidos da América, Brasil, Malásia, Inglaterra e Índia são alguns dos países de origem das centenas de filmes que podem ser vistos até dia 2 de Outubro. O espaço do Bang, no Choupal, vai estar aberto à comunidade durante estes dias, com todas as actividades gratuitas. Além de mostras ao ar livre, o cinema de animação irá também passar por espaços como a Cooperativa de Comunicação e Cultura e a Galeria dos Paços do Concelho. É lá que vamos poder encontrar a instalação “Folclore Digital” dos brasileiros Vj Suave, que “convida as pessoas a entrarem no mundo animado e a ter contacto com imagens da cultura brasileira.”
A entrega de prémios aos filmes vencedores do concurso está marcada para dia 1 de Outubro, altura em que a cidade irá receber vários artistas. “É interessante ver a reacção das pessoas quando vêm a Torres Vedras e dizem que adoram” conta, lembrando a história de uma equipa de italianos que esteve na primeira edição e que este ano não quis faltar. “Adoram o espírito da cidade. É tranquila e a nível cultural tem muito para oferecer.”
“Big Bang” na cidade
Música, arte, tecnologia e divertimento parecem ser as palavras que resumem o programa do Bang Awards, uma produção da Slingshot com o apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras. “Os torrienses podem esperar um big Bang!” diz Cátia entre risos, no meio da azáfama que caracteriza os últimos dias de produção de um festival internacional de cinema de animação. “O Bang é uma caixinha de surpresas, cada edição parece que cresce cada vez mais.” Sobre o futuro, não nega que “tudo pode acontecer” mas, garante, “o festival vai continuar.” Exemplo disso é o facto de as candidaturas continuarem a decorrer, de modo a originar “continuidade e partilha nas redes sociais. Porque um festival, a nível de produção, demora muito tempo a organizar.”
“Não deixem de sonhar, porque o Bang foi também um sonho. Um sonho tornado realidade.” O convite final não podia ser outro. “Venham ao Bang! Tragam a família, os amigos, venham divertir-se e partilhar. Façam parte desta aventura.” Uma aventura internacional, mas que não deixa de vincar e de se orgulhar das suas raízes. “Queremos que todas as pessoas façam parte deste festival porque é um festival de Torres Vedras: da cidade e para a cidade. Queremos por Torres Vedras no mundo.”