Bombeiros acusados de atear fogos em Alenquer remetem-se ao silêncio em tribunal
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Em alguns dos incêndios um dos arguidos agiu sozinho e nos restantes agiram em coautoria.

Os dois bombeiros da corporação de Alenquer acusados de terem ateado vários fogos florestais entre 2017 e 2018 naquele concelho do distrito de Lisboa remeteram-se hoje ao silêncio no início do seu julgamento.

Os arguidos, de 21 e 24 anos, que estão em prisão preventiva, estão indiciados por crimes de incêndio florestal na forma consumada e na forma tentada.

A acusação, a que a agência Lusa teve acesso, descreve que, por razões não totalmente apuradas, os dois bombeiros decidiram atear fogos na área do concelho de Alenquer “para incrementar a ação aos fogos por parte dos Bombeiros Voluntários de Alenquer”.

Em alguns dos incêndios um dos arguidos agiu sozinho e nos restantes agiram em coautoria.

Chegados aos locais de ateamento dos fogos, “munidos de meios de ignição como isqueiros e acelerantes de combustão, como gás ou gasolina”, um dos homens permanecia ao volante da viatura, enquanto o outro se dirigia “para o alvo a incendiar, ateando-lhe fogo”.

O caso começou a ser julgado esta tarde pelo Tribunal de Loures, tendo os dois bombeiros optado por se remeter ao silêncio.

Contudo, antes do coletivo de juízes iniciar a leitura da acusação, o advogado de um dos arguidos decidiu apresentar uma declaração introdutória para defender a liberdade do seu cliente.

Manuel Mateus considerou que “não existem razões” para o seu cliente continuar em prisão preventiva, sublinhando que aquilo que aconteceu no concelho de Alenquer “não se pode comparar com a situação que se viveu em Pedrógão Grande”.

Nesta sessão, que se iniciou cerca de três horas depois do que estava agendado, o coletivo de juízes ouviu por videoconferência uma testemunha que presenciou o momento em que um dos arguidos tentou atear fogo.

A testemunha contou ao coletivo que se encontrava a correr num dos trilhos de Alenquer, quando se deparou com um homem “agachado e com um isqueiro na mão, que “fugiu imediatamente para dentro do carro”.

“Estava um foco de incêndio ateado, mas como a maior parte da vegetação era seca consegui apagar rapidamente”, afirmou.

Na próxima sessão, agendada para 12 de março, pelas 09:15, o Tribunal irá ouvir o depoimento de agentes da Polícia Judiciária, da GNR e o comandante dos Bombeiros de Alenquer.

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