A câmara da Nazaré e a Direção Regional de Cultura do Centro vão submeter à União Europeia uma candidatura conjunta para a requalificação do Museu Dr. Joaquim Manso, numa parceria que prevê também a construção de um novo edifício.
O acordo de colaboração entre a autarquia e a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) visa, numa primeira fase, a requalificação do Museu Dr. Joaquim Manso e, posteriormente, a inclusão “no Plano de Investimentos 20/30 da construção do novo Museu, adjacente ao atual”, divulgou hoje a câmara da Nazaré.
A obra, no valor estimado de 750 mil euros, vai ser candidatada ao programa comunitário “Call 1 – Desenvolvimento Local através da Salvaguarda e Revitalização de Património Cultural Costeiro, no âmbito do Mecanismo de Financiamento do Espaço Económico Europeu EEA Grants 2014-2021”, comprometendo-se as duas entidades a assegurar, em partes iguais, a contrapartida nacional, refere o protocolo a que a agência Lusa teve acesso.
Findo o projeto candidatado, a DRCC desenvolverá “as diligências necessárias para a transferência de competências para os órgãos municipais no domínio da cultura, no âmbito do qual será realizada a transferência das competências de valorização e conservação do Museu Etnográfico e Etnológico Dr. Joaquim Manso para o município”, estabelece o acordo.
O protocolo agora assinado revoga o anterior, assinado em junho de 2018, no mandato de Luís Filipe Castro Mendes como ministro da Cultura, e que previa o início do processo de requalificação do museu e a transferência do espólio e dos funcionários para espaços da autarquia.
O acordo estipulava um investimento de 200 mil euros na reabilitação do edifício, mas a DRCC nunca cabimentou a verba acabando por revogar o protocolo, alegando que a perspetiva de um novo projeto, da autoria de Siza Vieira, implicaria “a demolição do miolo do museu” e considerando o investimento “desproporcionado e inoportuno”.
O novo protocolo estabelece também que a autarquia e a DRCC desenvolvam esforços com vista à classificação do museu que abriu ao público em 1976, na antiga casa de férias do escritor e jornalista fundador do Diário de Lisboa, doada ao Estado em 1968 para esse fim, pelo benemérito nazareno Amadeu Gaudêncio.
Localizado no Sítio da Nazaré, junto ao Promontório, o museu representa a identidade histórico-cultural da região da Nazaré, com incidência na cultura do mar.
Em outubro de 2016, o espaço, que funcionava de terça a domingo, passou a encerrar ao público durante os fins de semana, por “inadequabilidade física do edifício para receber maiores fluxos de visitantes”, justificou na altura a DRCC, que tutela o museu.
Imagem: Câmara Municipal da Nazaré