
A Câmara de Torres Vedras aprovou hoje o novo Plano de Urbanização (PU) para a cidade, com a oposição a votar contra por discordar das medidas de expansão urbana, como a construção de prédios até seis pisos.
Na sessão pública da autarquia, o vereador Sérgio Cipriano justificou que votou contra o plano por prever “um aumento do espaço para construção em altura”, sobretudo na zona sul da cidade, onde o documento prevê prédios até seis pisos de altura.
“Atualmente e no médio prazo, não se justifica, quando há espaços já existentes por ocupar na cidade e outros por recuperar”, disse o autarca comunista.
Pelo PSD, que chegou a comparar o futuro da cidade a sul com o que se passa em Santo António dos Cavaleiros, o vereador Hugo Martins sublinhou que o PU “é o maior atentado urbanístico que se vai fazer em Torres Vedras”.
Para o social-democrata, a “duplicação” prevista da malha urbana, através de “uma maior densidade e de uma maior altura dos prédios”, não tem cabimento, quando essa construção não vai avançar nos próximos anos, face à atual situação económica das famílias.
O vereador do Urbanismo do município, Bruno Ferreira, afirmou que “não é verdade que estejam a criar áreas novas de urbanização, porque aí já é possível construir no Plano Diretor Municipal (PDM)”, basta para tal avançarem com planos de pormenor.
O autarca esclareceu que o PU reduz a área urbanizável e a capacidade edificatória em 26% em relação ao PDM, no qual a densidade média nessa zona sul é de 50 fogos por hectare, enquanto no PU é de 35″.
O PU, a que a agência Lusa teve acesso, prevê, em torno do perímetro central da cidade, oito áreas de expansão urbana, justificadas pelas expetativas de crescimento populacional face à atratividade que o concelho tem por estar perto da capital.
Se a cidade registou um aumento entre os 12% e os 14% entre 1991 e 2001, as prospeções efetuadas apontam para um aumento da população do concelho de 79 mil habitantes em 2011 para 88 mil até 2024, e de 25.700 para 29.500 na freguesia da cidade e de Matacães.
De acordo com o documento, que aguarda ainda aprovação da Assembleia Municipal, 56,7% do solo vai corresponder a espaços verdes, 31,5% a espaço urbanizado e 11,8% a solo que pode vir a ser urbanizado.