
O presidente da câmara de Torres Vedras anunciou hoje que vai renunciar ao mandato, por ter aceitado o cargo de secretário de Estado das Autarquias Locais, deixando a liderança do município ao vice-presidente Carlos Bernardes.
“Não vou suspender o meu mandato. Vou renunciar, como é lógico, porque acredito na equipa do PS que fica na câmara e acredito no Governo do PS. Por isso, amanhã [quinta-feira] entregarei a minha renúncia ao mandato”, disse Carlos Miguel, na sessão de hoje da assembleia municipal de Torres Vedras.
Carlos Bernardes, atual vice-presidente da câmara, vai assumir a presidência do município.
Com a saída de Carlos Miguel, entra para o executivo municipal Hugo Lucas, que vai assumir a tempo inteiro os pelouros acumulados pelo até agora vice-presidente (ambiente e sustentabilidade, transportes e trânsito, infraestruturas e obras municipais e gestão das áreas urbanas), disse à agência Lusa Carlos Bernardes, à margem da assembleia municipal.
Sem mexer nos pelouros dos restantes cinco vereadores, o autarca adiantou que fica por resolver qual dos cinco passará a assumir a vice-presidência do município.
O novo secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, de 58 anos, é advogado e autarca há mais 20 anos, os últimos 11 dos quais como presidente da Câmara de Torres Vedras.
Ao falar como presidente da câmara na assembleia municipal, Carlos Miguel disse que recusou o convite do PS para ser deputado, mas “não perdeu dois minutos e aceitou de imediato” o convite para fazer parte do Governo.
“Era egoísmo dizer não, quando me falta um ano [para acabar o mandato] enquanto presidente da câmara. Sendo certo que podia fazer muito pelo concelho, nesta altura farei mais pelo meu país e Torres Vedras fica a ganhar com isso”, afirmou.
Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa e amante de fotografia e arte contemporânea, Carlos Miguel nasceu e reside em Torres Vedras, onde é desde maio de 2004 presidente da câmara. Na década de 1990, foi membro da assembleia municipal.
Desde 2013 é também presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste e, desde 2014, presidente da Federação Regional do Oeste do Partido Socialista. É ainda vogal da mesa do congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
Com origens na etnia cigana, ficou conhecido por ser o “advogado dos ciganos”, ao defender as causas desta minoria. Nesse âmbito, chegou a apoiar a Pastoral dos Ciganos.
Foi ainda conselheiro do Alto Comissariado para as Migrações e é membro suplente do Conselho Económico e Social.