O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) negou hoje qualquer falta de equipamento essencial para profissionais ou utentes no âmbito do combate à pandemia de covid-19, contrariando um estudo divulgado pela Ordem dos Médicos do Centro.
“Não conhecemos o referido inquérito nem as condições em que foi realizado ou a sua fiabilidade. Com os dados que temos e o conhecimento global e profundo da situação do CHL, podemos responder que desde o início da pandemia nunca houve qualquer registo de falta de equipamento essencial, nem se verificou qualquer carência ou rutura de ‘stock’ de qualquer tipo de equipamento de proteção individual, quer para profissionais, quer para utentes”, garantiu o presidente do Conselho de Administração do CHL.
Numa nota enviada à Lusa, Licínio de Carvalho acrescentou que atempadamente foram tomadas “todas as medidas necessárias para reunir o ‘stock’ necessário deste tipo de produtos”.
“Inclusive, por ter essa disponibilidade, o CHL emprestou algum deste material a outras instituições de saúde públicas. Até à data, não há registo de qualquer profissional do CHL infetado pela covid-19 em contexto hospitalar”, sublinhou Licínio de Carvalho.
O CHL integra o Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça, o Hospital Distrital de Pombal e o Hospital de Santo André, em Leiria, abrangendo uma área de influência de cerca de 400 mil pessoas.
Um estudo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) revela graves carências de material de apoio e de proteção no combate à pandemia da covid-19 no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo as conclusões do estudo, a que a agência Lusa teve hoje acesso, 88% das 1.003 respostas validadas de médicos que trabalham em hospitais e centros de saúde da região apontam para a falta de “pelo menos um tipo de material essencial para o combate à covid-19”.
“A título de exemplo, os resultados evidenciam que onde os médicos sentem mais falta de máscaras cirúrgicas é no Centro Hospitalar Cova da Beira (segundo 26% dos inquiridos), logo seguido do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (23%), Centro Hospitalar do Baixo Vouga (19%), Centro Hospitalar Tondela-Viseu (17%) e Centro Hospitalar de Leiria (12%)”, salienta a SRCOM.
Quanto aos fatos de proteção integral, é no Centro Hospitalar de Leiria onde os médicos assinalam mais falhas (43% dos inquiridos), seguido do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (41%), Centro Hospitalar da Cova da Beira (32%), Centro Hospitalar do Baixo Vouga (31%) e Centro Hospitalar Tondela-Viseu (26%).
O estudo foi realizado durante o mês de abril através de um inquérito anónimo ‘online’ enviado a 1.095 médicos inscritos na SRCOM, que só podiam responder uma vez, para identificação de material indispensável na estratégia de luta contra a covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.074 pessoas das 25.702 confirmadas como infetadas, e há 1.743 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.