O número de desempregados na região Oeste terá aumentado de 10 mil, no final de março, para mais de 12 mil, no final de abril, devido à pandemia de covid-19, estimou hoje Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO).
Enquanto no final de março, a AIRO estimava haver 10.603 desempregados na região, esse número terá subido para 12.141, no final de abril, estimou a associação, depois de ter realizado um barómetro às empresas entre 24 de abril e 04 de maio.
Das 46 mil empresas existentes na região, a AIRO apontou que 38.500 terão sido afetadas pela pandemia do ponto de vista económico, seguindo a tendência do barómetro de março.
Face ao não recebimento dos apoios do Estado previstos, 82,6%, mais de 38 mil, estariam com problemas de tesouraria e 10.120 terão terminado contratos com prestadores de serviços ou trabalhadores a recibos verdes.
Em abril, aumentou o número de empresas com atividade suspensa, embora mais de metade equacione retomá-la até ao final deste mês.
No barómetro, foram inquiridas 247 empresas, mas só foram validadas as respostas de 229, que representam um universo de 2.571 trabalhadores.
Entre as empresas que participaram no barómetro, 7,4% já tinha despedido ou esperava despedir 86 trabalhadores até final de abril, contra 92,6% que não tinha essa intenção. Até junho, 88,6% não tencionava dispensar mão-de-obra, contra 11,4%, que tencionava.
Entre as inquiridas, 21% (48) estava em ‘lay-off’ total, 17,5% (40) suspendeu a atividade, 13% (30) estava em ‘lay-off’ parcial, 12,7% (29) continuava a trabalhar de modo normal, 11,4% (26) estava em teletrabalho, 98,7% (20) trabalhava, mas sem atendimento ao público e 10% (13) mantinha o atendimento ao público.
Questionadas sobre as consequências económicas da pandemia, 60,3% já sofreu efeitos, 16,2% considerava estar em risco moderado, 14,8% em risco elevado e 7% em baixo risco.
Sobre o risco de encerrar de forma definitiva, era elevado para 20%, moderado para 33,2%, baixo para 35,8% e não existe para 12%.
Das 229 inquiridas, 83 recorreram ao ‘lay-off’, 61 a moratórias de crédito, 54 a apoios da Segurança Social, 53 a medidas fiscais, 48 a linhas de crédito e 13 a outras medidas não identificadas.
Segundo a AIRO, 81,2% ainda não recebeu apoios do Estado e 18,8% já beneficiou das medidas.
A associação empresarial revela ainda que 51,5% mostrava-se pouco confiante nos apoios do Estado, 21,8% não confiante, 25,8% confiante e apenas 0,9% está muito confiante.
Das empresas do barómetro, 43,7% declarou ter tido quebras nos negócios superiores a 80%, 10% entre os 60 e os 80%, 14,4% entre os 40 e os 60% e 13,2% entre os 20 e os 40%.
Mais de metade viu as suas exportações serem afetadas pela pandemia.
Apesar da crise provocada pela pandemia, metade está confiante na capacidade de resposta do tecido empresarial da região.
A região Oeste integra os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, do distrito de Leiria, e por Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, do distrito de Lisboa.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Portugal contabiliza hoje 1.144 mortos associados à covid-19 em 27.679 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente a domingo, há mais nove mortos (+0,8%) e mais 98 casos de infeção (+0,4%).