
Os vereadores do PSD de Torres Vedras defenderam, na passada quarta-feira, que foram insuficientes os apoios do município às instituições sociais do concelho para a aquisição de equipamentos de proteção individual, pedindo mais investimento.
Em conferência de imprensa, Marco Claudino afirmou que “o investimento é bastante insuficiente”, justificando que houve casos de instituições de solidariedade social (IPSS) que receberam apoios inferiores a 100 euros, para a compra de “umas luvas e máscaras”, em nove meses.
Segundo o vereador, o apoio global a repartir por 28 IPSS foi inferior a seis mil euros, em nove meses.
Questionado pela agência Lusa, o presidente da câmara, Carlos Bernardes, preferiu não comentar as críticas da oposição, considerando-as “lamentáveis”, quando o “município tem tido uma relação cordial com todas as IPSS, em função das necessidades”.
Dados oficiais deste município do distrito de Lisboa disponibilizados aos jornalistas pela oposição concluem que, em nove meses, o município gastou cerca de 261 mil euros na aquisição de equipamentos de proteção individual para a prevenção e combate à pandemia de covid-19, um investimento confirmado à Lusa pelo presidente da câmara.
Contudo, desse valor, 203 mil euros foram gastos na aquisição de equipamentos de proteção individual para funcionários da Câmara Municipal, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento e empresa municipal Promotorres.
Na aquisição de equipamentos de proteção individual para as IPSS foram investidos 57.830 euros, dos quais 46.264 para o Lar de Nossa Senhora da Luz, na freguesia de A-dos-Cunhados, que em agosto teve um surto com 87 casos de infeção, entre utentes e funcionários.
A delegação da Cruz Vermelha de Torres Vedras foi contemplada com 1.111 euros e a Associação de Saúde Oral de Torres Vedras com 5.168 euros.
Resta uma verba de 5.168 a repartir por 28 IPSS do concelho, o que nas contas do PSD dá uma média de 184,57 euros por IPSS para um período de nove meses ou de de 20,5 euros por mês a cada IPSS.