O Dia Internacional da Pessoa Cigana foi celebrado na manhã de 8 de abril em Torres Vedras, com uma atividade que teve lugar no Edifício dos Paços do Concelho, organizada pela Câmara Municipal, à qual se associou o Alto Comissariado para as Migrações.
A abrir a sessão usou da palavra a vereadora do Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Umbelino, que sublinhou o facto da efeméride que se estava a celebrar se revestir “de um significado especial”, já que se constitui como um ato de “justiça”, tendo em conta a discriminação de que a comunidade cigana tem sido alvo ao longo da História. Também, segundo Ana Umbelino, os municípios têm um papel imprescindível na garantia dos direitos dos cidadãos, inclusivamente o de “construir a Cidade”, o que tem acontecido em Torres Vedras com a comunidade cigana, a qual tem desenvolvido ações de mobilização e diálogo com as autoridades públicas, com vista à sua integração e participação na vida comunitária.
Na sessão celebrativa do Dia Internacional da Pessoa Cigana desta sexta feira esteve também presente a secretária de estado da Igualdade e Migrações, Sara Guerreiro, que referiu precisamente o facto de Torres Vedras ser um município-modelo na Europa, no que concerne à integração da comunidade cigana. Na sua intervenção, esta responsável política assegurou ainda que o governo, de cuja composição faz parte, continuará empenhado na criação de uma sociedade mais inclusiva, na “construção de pontes”. “Juntos vamos continuar a percorrer o caminho dos Direitos Humanos”, afirmou Sara Guerreiro, em conclusão.
Após estas intervenções foi apresentado um videoclip original de uma composição musical, baseada no hino do povo cigano, criada e interpretada por Rúben Monteiro, com a participação de elementos da comunidade cigana torriense e do grupo coral Cant’arte.
Esta apresentação antecedeu um ato de assinatura de protocolos relativos ao Programa de Apoio ao Associativismo Cigano, uma iniciativa do Alto Comissariado para as Migrações. De referir que neste ato estiveram envolvidas seis associações: TECHARI – Associação Nacional e Internacional Cigana (que esteve representada por Diogo Fernandes); Ribaltambição (que esteve representada por Marisa Oliveira); Letras Nómadas – Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades Ciganas (que esteve representada por Bruno Gonçalves); Raízes Tolerantes (que esteve representada por Joaquim Rosendo); Associação Social, Recreativa e Cultural Cigana de Coimbra (que esteve representada por Osvaldo Grilo); e a torriense Sendas e Pontes (que esteve representada por Emanuel Fernandes).
Estes responsáveis associativos participaram numa mesa redonda, que se realizou posteriormente, a qual teve como temática central a importância do associativismo cigano. Este momento, moderado por Ana Umbelino, foi enriquecido por uma comunicação vídeo introdutória, apresentada por Rogério Roque Amaro (professor universitário).
Findo o debate, foi lido um poema da autoria da presidente da Associação Letras Nómadas, Olga Mariano, a que se seguiu a intervenção de encerramento da sessão, proferida pela Alta Comissária para as Migrações. Na mesma, Sónia Pereira abordou o Programa de Apoio ao Associativismo Cigano, tendo terminado a sua intervenção dando a garantia de que o trabalho de promoção dos direitos de todas as culturas e etnias que têm estado envolvidas na construção da História nacional prosseguirá.
A celebração do Dia Internacional da Pessoa Cigana, realizada em Torres Vedras, chegou ao seu término com a interpretação de uma música do projeto “Rotas Romani” (pela associação Musicálareira) e do hino do povo cigano (por esta associação e pelo grupo coral Cant’Arte), o que antecedeu o hastear da bandeira do povo cigano.
De referir que o Dia Internacional da Pessoa Cigana é uma celebração reconhecida pela Organização das Nações Unidas, que está relacionada com a realização do 1.º congresso mundial Romani, que teve lugar em Londres, no dia 8 de abril de 1971, evento em que se instituiu a bandeira e o hino cigano. Trata-se de uma efeméride que tem o objetivo de promover o reconhecimento da cultura, língua e história do povo cigano.