Exposição Aurora patente na Casa Azul até Janeiro
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Neste projeto de exposição a principal técnica usada é a quimigrama, procedimento realizado sem o uso da câmara fotográfica que consiste na criação de uma imagem a partir das matérias que a compõe.

Aurora é uma exposição individual da artista plástica Mariana Romão, com curadoria de Jorge Reis, produção da EMERGE — Associação Cultural, que reside na exploração teórica-prática assente na técnica da fotografia concreta.

O movimento de arte concreta, onde se insere a prática artística supra referida, surge com Theo Van Doesburg em 1930 com a publicação do Manifesto de Arte Concreta que contribuiu para o enquadramento da produção artística do início do século XX onde se assistiu ao desenvolvimento de criações plásticas caracterizadas pela «auto-referenciação e impulso inerente» (G. Jägger, 2005) .

A ênfase é dada ao objeto artístico. Em concordância com Max Bense (1965) «o concreto é o não-abstrato. Tudo o que é abstrato pressupõe algo a partir do qual certas características foram abstraídas. Em contraste, tudo o que é concreto é apenas ele próprio.».

O trabalho da artista plástica Mariana Romão insere-se na instigação deste pensamento apoiado na tese de Gottfried Jäger sobre fotografia concreta num artigo publicado na European Photography – Art Magazine (Berlin) no. 77, 2005, onde o autor sustenta o seu argumento recorrendo a factos históricos e a literatura.

Neste projeto de exposição a principal técnica usada é a quimigrama, procedimento realizado sem o uso da câmara fotográfica que consiste na criação de uma imagem a partir das matérias que a compõe. Cada imagem é resultado da reação química entre os agentes presentes na própria película e materiais de uso doméstico sobre o papel fotográfico. Esta técnica é aplicada à película instantânea ou diretamente no papel fotográfico num ato de controlo quase absoluto da reação e seu consequente comportamento.

Estas imagens distanciam-se do real, pelo menos da forma como o concebemos, e mesmo embora elas, ao mesmo tempo, façam parte dessa mesma realidade na sua própria singularidade, são sem a necessidade da transcrição do visível. Vivem na barreira daquilo que identificamos como uma imagem fotográfica, sendo únicas e irrepetíveis.

O projeto de exposição partiu da ideia de uma aparente alucinação do descontrolo para procurar responder a estas questões onde a perceção fica no limbo de uma imagem que pode representar alguma coisa ou que se perde no seu próprio cosmos.

Esta exposição resulta de um prémio atribuído pela EMERGE no âmbito da publicação Portuguese Emerging Art 2018. Cinco artistas plásticos que integram este livro foram selecionados para exposições individuais na Casa Azul como estímulo à criação artística plástica contemporânea nacional.

A exposição vai estar patente na Casa Azul, Rua Tenente Valadim, nº14 2ºandar, a partir de dia 17, sábado, até dia 15 de janeiro.

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Redação
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