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A Fábrica de Água de Torres Vedras – anteriormente designada de Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Torres Vedras – vai ser alvo de obras de beneficiação.

O contrato relativo à empreitada de conceção-construção de reabilitação dessa infraestrutura foi assinado no passado dia 8 de abril, numa sessão que teve lugar no auditório do Edifício dos Paços do Concelho de Torres Vedras.

Na abertura da sessão a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, recordou que a ETAR de Torres Vedras, cuja construção foi promovida pelo Município de Torres Vedras, entrou em funcionamento em 1993, com um sistema de tratamento por lagunagem, dimensionada para uma população de 71 mil habitantes e um caudal diário de 3.900 m3, sendo que o respetivo sistema de saneamento incluía seis estações elevatórias de águas residuais. Em 2006, ocorreu a remodelação da ETAR de Torres Vedras, que passou a contar com um sistema de tratamento mais moderno, de SBR, o que levou à diminuição da emissão de odores desagradáveis a partir da infraestrutura, a qual passou a ser gerida pela empresa Águas do Oeste. Em 2024, sob a responsabilidade da empresa Águas do Tejo Atlântico, o equipamento, servindo uma população de cerca de 27 mil habitantes, recebia diariamente um caudal, em média, de 6.470 m3, tendo o respetivo sistema de saneamento 16 estações elevatórias de águas residuais.

Segundo palavras de Laura Rodrigues, a intervenção que vai ser executada na Fábrica de Água de Torres Vedras decorre do crescimento urbano de Torres Vedras, sendo a mesma justificada também por outros fatores, como o encaminhamento de águas residuais não domésticas pré-tratadas, a inovação dos tratamentos de águas residuais e novas exigências legais. A terminar a sua alocução, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras fez referência aos novos desafios que se relacionam com a obra de beneficiação que vai ser realizada na Fábrica de Água de Torres Vedras, nomeadamente o de valorização das lamas resultantes do tratamento de águas residuais domésticas e a sua utilização para fins agrícolas e o de disponibilização de água residual tratada, o que pode acontecer, por exemplo, para regas de espaços verdes e outros usos urbanos.

Na intervenção do presidente do conselho de administração da empresa Águas do Tejo Atlântico, o torriense Nuno Brôco, foi reforçada as mais-valias da intervenção que será realizada na Fábrica de Água de Torres Vedras, nomeadamente o aumento da capacidade de tratamento de águas residuais, a diminuição dos odores emitidos e a automatização e interligação de sistemas inteligentes de telegestão. Ainda segundo Nuno Brôco, complementarmente à execução da empreitada, vai ser instalada na Fábrica de Água de Torres Vedras uma central de produção de energia fotovoltaica, o que vai aumentar a sua autonomia energética, e será desenvolvido com o tecido empresarial local um projeto de compostagem de lamas.

Já na apresentação do projeto da empreitada de conceção-construção de reabilitação da Fábrica de Água de Torres Vedras, Nuno Lourenço sublinhou a premência da intervenção tendo em conta a antiguidade da infraestrutura, enquadrando e enumerando as necessidades a que a obra irá dar resposta como: a substituição de equipamentos e o restauro da construção civil; a resolução de problemas funcionais e as limitações da instalação (particularmente a baixa eficiência do sistema de arejamento dos reatores biológicos); a remodelação das etapas de pré-tratamento, tratamento biológico, água de serviço, espessamento e desodorização, aplicando tecnologias que representam uma melhoria em termos de eficiência, minimizando custos energéticos e operacionais e contribuindo para uma maior sustentabilidade; e a melhoria da automação, maximizando o controlo remoto e reduzindo a carga das equipas operacionais. De referir também que a reabilitação da Fábrica de Água de Torres Vedras irá abranger não só a linha líquida (que integra a receção de caudais e o tratamento preliminar, o tratamento biológico e a água de serviço), como também a linha sólida e a linha gasosa. Ainda segundo Nuno Lourenço, com a intervenção aumentar-se-á as condições de segurança e saúde para os trabalhadores da infraestrutura.

A sessão chegou ao seu término com a assinatura do contrato da empreitada de conceção-construção de reabilitação da Fábrica de Água de Torres Vedras, pelos representantes das empresas Águas do Tejo Atlântico, SA e Omatapalo – Engenharia e Construções, SA. Refira-se que a empreitada tem um valor de 5.584.151,46 euros e um prazo de execução de 794 dias. Após a execução da mesma a Fábrica de Água de Torres Vedras estará apta para receber um caudal médio diário de 8.814 m3 e dimensionada para servir uma população de 63 mil habitantes.

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