
Fernando Vicente, lutador antifascista torriense, membro do Partido Comunista Português (PCP), foi homenageado no dia 22 de janeiro, por elementos da Comissão Concelhia de Torres Vedras.
Nascido no Paul a 24 de abril de 1914, Fernando Vicente ingressou jovem na Armada, tendo em 1936, já como membro da referida força política e da Organização Revolucionária da Armada, integrado “a Revolta dos Marinheiros”, uma das primeiras sublevações contra a ditadura militar que ficaria conhecida como “Estado Novo”. Fernando Vicente acabou, devido à sua participação nessa revolta, por ser preso, tendo “inaugurado” o campo de concentração do Tarrafal, um campo de prisioneiros construído em Cabo Verde segundo o modelo nazi. Aí esteve durante 17 anos, onde foi sujeito a trabalhos forçados, à permanência na célebre “cela da frigideira”, a má alimentação e à falta de assistência médica.
Com o fecho da prisão política do Tarrafal (que viria no entanto a reabrir mais tarde para acolher os presos políticos envolvidos na luta independentista das colónias portuguesas) Fernando Vicente foi libertado, mas, mantendo a sua atividade política clandestina, como militante do PCP, viria de novo a ser preso, sem julgamento, em 1963, já com uma saúde débil devido aos maus tratos sofridos em África. Seria libertado ao fim de seis meses, mas faleceria pouco depois, a 22 de janeiro de 1965, na sua terra natal.
“O exemplo e atualidade da sua luta merecem da parte dos comunistas o reconhecimento do contributo na luta pela liberdade”.