Formado consórcio para instalar parque de energia das ondas em Peniche
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Um investimento que deverá ascender a 100 milhões de euros e colocar Portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia das ondas.

A empresa finlandesa AW Energy formou consórcio com a italiana Enel Green Power, ligada às energias renováveis, para iniciar a instalação do parque de energia das ondas de Peniche, distrito de Leiria, foi hoje anunciado.

A cooperação foi iniciada em setembro, altura em que ficou concluída em Peniche a montagem do protótipo da tecnologia ‘wave roller’, a unidade que vai ser usada para produzir energia a partir do movimento das ondas, adiantou por escrito à agência Lusa a AW Energy, depois de questionada sobre o projeto.

“Peniche é uma localização ideal para trazermos pessoas destas empresas e apresentá-las à tecnologia”, sublinhou a empresa, que diz estar “empolgada para começar a trabalhar neste contrato”.

Depois de, na última década, ter criado diversos tipos de unidades e de os ter testado no fundo do mar da praia da Almagreira, em Peniche, a empresa finlandesa chegou ao modelo que consegue resistir à força de ondas e quer agora replicá-lo para iniciar a fase pré-comercial de produção de energia.

Durante um ano, ambas as empresas vão “partilhar informações sobre a execução do projeto, desde licenciamento e conectividade de rede até logística e operações”, explicou a AW Energy.

Numa plataforma flutuante já instalada no Porto de Peniche, junto aos Estaleiros Navais, o consórcio vai montar as unidades de produção e testá-las.

A submersão das unidades, a uma profundidade entre os oito e os 20 metros está dependente “do cronograma de licenciamento da subestação de uma janela climática adequada” para haver condições de mar favoráveis.

O protótipo, com uma potência entre 1,5 e dois megawatts de energia, “é a primeira fase de um projeto maior de cinco megawatts”, previstos para a fase pré-comercial de exploração de energia.

“As condições em Portugal são perfeitas para criar um novo e substancial fluxo de receitas para o país”, estima a AW Energy, que encontra no país “todos os ingredientes necessários”, desde técnicos qualificados, uma indústria preparada e uma “onda inexplorada que está entre as melhores da Europa”.

A produção de energia a partir das ondas, por ser “menos intermitente do que a energia eólica ou a solar”, vem contribuir para o reforço da rede elétrica.

O investimento desta fase pode chegar aos 25 milhões de euros, para os quais foi obtido um financiamento comunitário de 9,1 milhões de euros.

Na fase pré-comercial, o projeto poderá produzir 11,4 gigawatts/hora por ano, suficiente para abastecer 5.500 habitações e 16.500 habitantes, equivalente a metade do concelho de Peniche.

A AW Energy ambiciona criar um grande parque mundial, com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (MW), um investimento que deverá ascender a 100 milhões de euros e colocar Portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia das ondas.

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