Fotógrafo Wanderson Alves inaugura exposição em Torres Vedras com ajuda de alunos de Design Gráfico
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Simpático, divertido e fácil de comunicar, foi assim que os alunos descreveram Wanderson Alves, que com esta exposição tenta registar, nos instantes singelos da vida, o quão atual é o conceito “devir”, proposto pelo Pai da Dialética, Heráclito de Éfeso.

O desafio de experimentar um conceito filosófico pode ser vivenciado na exposição “Devir” do fotógrafo Wanderson Alves, patente na Cooperativa de Comunicação e Cultura, em Torres Vedras, até 17 de maio.

Esta exposição tem um toque especial: os alunos do 11º ano do curso de Design Gráfico da Escola Secundária Henriques Nogueira, ajudaram o fotógrafo brasileiro na montagem da mesma.

“O Wanderson veio dar-nos uma palestra e depois a nossa professora pediu para ele nos dar umas aulas para aprendermos como é que se tiram fotografias e que técnicas utilizar para que elas fiquem bem. Depois foi a nossa vez de ajudar, viemos com ele montar a exposição e ele explicou-nos como queria organizar a exposição, queria que a única fotografia vertical ficasse no meio e que todos os quadros ficassem na linha do olhar”, contou Mariana Correia, aluna do 11º ano do curso de Design Gráfico da Escola Secundária Henriques Nogueira, ao TORRES VEDRAS WEB.

Simpático, divertido e fácil de comunicar, foi assim que os alunos descreveram Wanderson Alves, que com esta exposição tenta registar, nos instantes singelos da vida, o quão atual é o conceito “devir”, proposto pelo Pai da Dialética, Heráclito de Éfeso, há cerca de 500 anos a.C – “Tudo flui e nada permanece, tudo dá forma e nada permanece fixo.Você não pode pisar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras, vão fluir”.

“A ideia da exposição veio do conceito filosófico Devir, Heráclito disse que não é possível beber do mesmo rio duas vezes, então a exposição visa buscar um outro lado da vida, o não comercial, não publicitário, de uma vida mais simples, de olhar para a vida de uma maneira mais simples”, explicou o fotógrafo brasileiro.

Wanderson acrescentou ainda que estar próximo dos alunos e fazer este projeto com a escola foi ótimo exatamente para ter essa vivência. “Vir ao encontro da experiência, do conceito com o dia-a-dia. Trazer a arte para perto das pessoas, fugir das galerias. A galeria tem um papel comercial mas muitas vezes é intimidador, as pessoas têm medo de entrar numa galeria. Foi uma maneira que encontrei de contribuir para a desmistificação da arte, a arte acontece no dia-a-dia da nossa vida, é trocar informações, é trocar experiências”.

Célia Espada, professora de Oficina Gráfica do curso de Design Gráfico da Escola Secundária Henriques Nogueira revelou ao TORRES VEDRAS WEB que o envolvimento entre os alunos e o fotógrafo começou a partir do professor José do Vale, que deu a conhecer o Wanderson e este se disponibilizou-se para vir dar uma palestra aos alunos do curso de Artes.

No entanto acabou por dar também uma palestra para o curso de design gráfico e duas aulas em que numa desenvolveram conceitos teóricos, várias abordagens das máquinas e técnicas fotográficas e na segunda aula realizaram um ensaio de rua – captaram imagens, acompanhados pelo fotógrafo, que foram posteriormente analisadas pelo mesmo. Durante 15 dias os alunos e o fotógrafo trocaram experiências e conhecimentos, fotografaram juntos e montaram a exposição.

“Como os meus alunos têm um módulo de fotografia, achei que era uma mais valia lidarem com a prática do que só ouvirem teoria, ninguém melhor que um fotografo para lhes transmitir os conceitos chave”, afirmou Célia Espada.

“Estes momentos com os alunos foram ótimos, desde as palestras, fotografar juntos até ajudar na montagem, dá até um certo vigor! Com o tempo, vamos ficando velhos e esquecemos que já fomos assim, como eles, animados, com energia, sonhadores, de querer e imaginar. Trocar estas experiências, um pouco da maturidade com o vigor da juventude foi muito bom e produtivo”, revelou Wanderson.

O fotógrafo brasileiro vai estar mais uns tempos por Torres Vedras. Em junho terá outra exposição, desta vez na Galeria Municipal – Paços. Aqui, os alunos de design gráfico já vão ter uma papel mais ativo, vão criar o projeto gráfico da exposição que vai funcionar como uma espécie de concurso e posterior avaliação escolar. O melhor trabalho vai ser publicado e divulgado na exposição.

Sobre Wanderson Alves

Brasileiro, reside em Lisboa, Portugal. Fotógrafo, pós-graduado em Filosofia Contemporânea e Fotografia. Atualmente frequenta o Mestrado em Estética e Estudos Artísticos Fotografia e Cinema – na Universidade Nova de Lisboa. Participou de diversas exposições individuais e coletivas, entre as quais se destaca Cidade (Re)Velada, realizada em 2014 na cidade de Phoenix, Arizona USA, onde também realizou Residência Artística, através de parceria com o Phoenix Institute of Contemporary Art (PHICA). Na sequência desta exposição em Phoenix, uma de suas fotografias foi escolhida para fazer parte do acervo permanente do Mesa Contemporary Arts Museum.

A este propósito, escreveu o jornalista e consultor Marcos Pizano:

“As narrativas visuais do artista, em constante processo de pesquisa,buscam estimular a reflexão do público por intermédio de uma poética singular e de uma linguagem sofisticada. Esta jornada imprime em cada imagem um instigante mistério: o desvelar sem descrever. É o registro do profundo desconforto do olhar sobre o inefável,com a lente da arte, que provoca um atraente estranhamento nas suas imagens.”

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