
O Tribunal de Loures decidiu hoje levar a julgamento um homem pelos crimes de homicídio de uma mulher, com quem mantinha uma relação sexual, e de ameaça agravada a um outro homem, por ciúmes, em Torres Vedras.
Na leitura da decisão instrutória, o juiz de Instrução Criminal pronunciou hoje o arguido, pastor de profissão, pelos crimes de homicídio e ameaça agravada, mantendo a acusação do Ministério Público, e decidiu levá-lo a julgamento, disse à agência Lusa fonte judicial.
Depois de ter sido deduzida a acusação, tinha sido requerida a abertura de instrução.
O arguido e a vítima, morta em 06 de abril deste ano, conheceram-se há dois anos numa ‘casa de alterne’ e, desde aí, mantinham “uma relação de natureza sexual com contactos diários”, pernoitando ele em casa dela ou vice-versa, descreve a acusação, a que a Lusa teve acesso.
No bar de alterne onde a vítima trabalhava, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, o arguido veio, na mesma noite, a saber que a vítima “mantinha uma relação muito próxima” com outro homem, lê-se no documento.
Por ter sido preterido, nessa noite ameaçou a vítima de que a matava.
Segundo a acusação, após sair do estabelecimento, pelas 04:00, a mulher foi deixada pelos patrões à porta do prédio onde morava, encontrando-se o arguido escondido nas escadas do prédio, na cidade de Torres Vedras.
Depois de ela se encontrar dentro do prédio, o arguido abordou-a, entraram ambos na sua residência e discutiu com ela “pelo ódio de se sentir atraiçoado e enganado”, após lhe ter “entregue elevadas quantias monetárias”, indica a acusação.
No quarto da mulher, agrediu-a “com murros e pontapés” e, “agarrando-a pelo pescoço com ambas as mãos, asfixiou-a” até à morte, descreve a acusação, levando-a depois para a banheira da casa de banho, acrescenta.
Uma hora depois, informou os proprietários do bar de que a tinha matado, ameaçando matar de seguida o outro homem, a quem ainda chegou a telefonar.
Alarmados pela mensagem recebida, contactaram a filha da vítima, que se dirigiu à residência e veio a encontrar a progenitora morta na banheira.
Na sua residência, após ingerir bebidas alcoólicas, o arguido tentou suicidar-se disparando uma caçadeira, cujo tiro não acertou em qualquer parte do seu corpo.
O homem encontra-se a aguardar julgamento em prisão preventiva desde que foi detido na sua residência na freguesia de São Mamede da Ventosa, no mesmo concelho.