Jovens criam protótipo para deficientes acederem às tecnologias de informação
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Alunos da Escola EB2,3 de São Gonçalo, de Torres Vedras, campeões mundiais de robótica, inventaram um protótipo para tornar os computadores, telemóveis ou comandos de televisão acessíveis a pessoas com mobilidade condicionada nos membros superiores.

Intitulado “O mundo na ponta do dedo”, o projeto é candidato ao prémio “Ciência na Escola”, da Fundação Ilídio Pinho e tem como objetivo ajudar tetraplégicos ou pessoas com mobilidade reduzida nos membros superiores.

São os casos de Luciano Faustino e José Filipe, ambos utentes da APECI (Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas) de Torres Vedras, entidade a quem vai ser entregue a ‘engenhoca’ após serem revelados em junho os resultados do concurso.

Os dois utentes não só agradecem o presente, como reiteram, em declarações à agência Lusa, que adoravam poder utilizá-lo com regularidade no futuro, uma vez que de outra forma não conseguem manipular, de modo autónomo, equipamentos informáticos, como computadores, ‘tablets’, telemóveis de última geração ou até comandos de televisão.

Francisca Romero, do grupo dos inventores, que têm entre 12 e 15 anos, explica que criaram um “dedo mecânico virtual”, desmontaram uma impressora que já não era utilizada para aproveitar o sistema de funcionamento, instalaram aí o “dedo” e associaram diferentes ‘joysticks’ que, quando acionados, dão instruções ao “dedo virtual”. Tudo robotizado.

Consoante as necessidades, os sensores que colocam o “dedo” a percorrer qualquer teclado podem ser ativados com a mão, com o queixo ou com a cabeça, consoante as necessidades.

“É uma ideia que nunca surgiu”, refere à Lusa a ‘pequena engenheira’, explicando que se trata de um aparelho inovador porque pode ser transportado numa mochila, pode ser adaptado a qualquer equipamento informático ou telemóvel, todo o seu funcionamento robótico “é simples” e não acarretou custos elevados, ao contrário de outros existentes no mercado.

“O objetivo não é vender, é mesmo ajudar as pessoas”, sublinha Francisca Romero, adiantando que a escola está disponível para ceder de forma gratuita a ideia de protótipo a uma empresa que o possa comercializar a baixos custos.

O protótipo já foi testado por utentes da APECI, do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e do Centro de Medicina de Reabilitação, de Alcoitão.

A invenção é candidata ao “Prémio Portugal País de Excelência em Engenharia”, da COTEC – Associação Empresarial para a Inovação.

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Agência Lusa
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