
Em Torres Vedras, por volta das 17h30, a marcara do carnaval, junto ao futuro Centro de Artes do Carnaval caiu.
A Proteção Civil registou até às 13:30 de hoje 382 ocorrências relacionadas com o mau tempo em vários distritos de Portugal continental, das quais se destacam a queda de árvores e inundações devido à precipitação intensa.
Em Torres Vedras, por volta das 17h30, a mascara do carnaval, junto ao futuro Centro de Artes do Carnaval, caiu.
De acordo com informação divulgada na página da Internet da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), entre as 00:00 e as 13:30 de hoje estavam registadas 382 ocorrências relacionadas com “meteorologia adversa”, que mobilizaram 1.239 operacionais e 486 veículos.
A grande maioria das ocorrências é relativa a queda de árvores, bem como à queda de elementos de construção em estruturas edificadas e a inundações de estruturas ou superfícies por precipitação intensa.
Em declarações à Lusa, o comandante Miguel Oliveira, da ANPC, escusou-se a fazer o balanço das ocorrências correspondentes ao dia de hoje, reportando-se apenas aos dados compilados pela autoridade entre o dia 30 de janeiro (quarta-feira) e as 13:00 de hoje.
“Os dados dizem respeito ao período de elevação do estado de alerta de azul e amarelo que se assiste desde o dia 30, tendo até ao momento sido registadas 636 ocorrências em todos os distritos a norte de Lisboa, incluindo a capital, sendo Coimbra aquele que registou maior número de registos”, disse Miguel Oliveira.
O responsável avançou que as ocorrências mais frequentes – 296 – estão relacionadas com quedas de árvores, frisando que “pode não ser a totalidade da árvore, mas ramos ou folhagem”.
Miguel Oliveira referiu que entre as ocorrências estão também quedas de estruturas e movimentos de massa, ou seja, deslizamentos de terras.
Portugal continental está a ser afetado pelos efeitos da depressão “Helena”, centrada a noroeste do golfo de Biscaia, Espanha.
Esta depressão vai afetar Portugal continental em particular no que respeita ao vento e à agitação marítima na costa ocidental. A previsão meteorológica aponta para a costa ocidental ondas de cinco a sete metros, e temporariamente a norte do cabo Raso, passando a sete a oito metros durante a tarde e início da noite, e com uma altura máxima que poderá atingir 15 metros.
Junto à orla marítima, o mar avançou, ao início da manhã, sobre o Bairro Norte da Praia de Mira, destruindo defesas das dunas e passadiços de recreio, a cerca de 40 metros das casas.
Também a estrada Marginal Norte, que liga o centro da cidade de Peniche ao Cabo Carvoeiro, no distrito de Leiria, foi cortada ao trânsito, devido à agitação marítima.
No Porto, a circulação na avenida Dom Carlos I, na zona da Foz do rio Douro foi cortada, desde as 18:00 de quinta-feira, devido ao aviso de mau tempo.
Em Espinho, a Escola Secundária Manuel Gomes de Almeida, foi hoje evacuada após perder parte do telhado do edifício administrativo devido a “uma rajada muito forte”, que fez o “edifício estremecer” e levou a que tombasse parte do telhado, de acordo com o diretor da escola.
O vento fez também voar o ‘teto falso’ da cobertura exterior de um posto de abastecimento de combustíveis em Esposende, danificando duas viaturas que estavam a abastecer.
Os ventos fortes obrigaram ainda a TAP a fazer divergir um voo de Lisboa para Faro, com a empresa a admitir fazer mais alterações durante o dia.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e Setúbal vão estar entre as 12:00 e as 21:00 de hoje sob aviso vermelho devido à previsão de agitação marítima.
Além do vermelho para a agitação marítima, o IPMA emitiu avisos laranja e amarelo para hoje e sábado, devido ao vento, para todos os distritos de Portugal continental, exceto Évora, e devido a neve para Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra.
Para hoje está previsto vento forte de noroeste, com rajadas até 75/85 quilómetros/hora (km/h) no litoral, que deverão atingir valores da ordem de 110 km/h a norte do cabo Mondego e nas terras altas do Minho e Douro litoral e da região Centro.
Por causa do mau tempo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil alertou para a possibilidade de cheias, formação de lençóis de água e gelo e quedas de árvore, devido às previsões de chuva, neve, vento e agitação marítima para os próximos dias.
Também a Autoridade Marítima Nacional alertou para o agravamento das condições meteorológicas e oceanográficas na zona norte de Portugal continental, entre a madrugada de hoje e a de sábado.