
De cartazes na mão, os professores do Agrupamento de Escolas Madeira Torres querem fazer-se ouvir.
Esta terça-feira, dia 10 de dezembro, os professores do Agrupamento de Escolas Madeira Torres uniram-se à greve que tem vindo a marcar o arranque do segundo período letivo, de modo a exporem as suas frustrações com o rumo que o país tem dado ao ensino.
Têm feito o cordão humano todos os dias. Hoje foi o dia D: cerca de 150 professores, entre tantas reivindicações, exigem respeito.
Paula Brito é, há 28 anos, professora de 2º ciclo de português e inglês. Luta não só pela valorização da carreira docente, mas também pela melhoria das condições em que os alunos têm aulas.
“Estamos aqui a lutar pelos nossos direitos, por todas as injustiças que têm sido feitas com a carreira dos professores: o descongelamento da carreira, o fim das quotas do 5º e do 7º escalão, o fim da municipalização — serem as Câmaras a gerirem o concurso [dos professores]“, começou por dizer.
Paula Brito vai mais além: “Estamos a lutar também pelos direitos dos nossos alunos. Queremos melhores condições de escola e trabalho, e, essencialmente, sermos reconhecidos“.
As greves de professores iniciaram-se a 9 de Dezembro. A paralisação, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que já entregou pré-avisos de greve para todo o mês de janeiro.
Por sua vez, o Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) convocou para a primeira semana de aulas do 2.º período uma greve parcial ao primeiro tempo letivo, que decidiu prolongar até fevereiro. Entre 16 de Janeiro e 8 de Fevereiro realiza-se uma greve por distritos, convocada por oito estruturas sindicais, incluindo o SIPE e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Além de problemas antigos relacionados com a carreira docente e condições gerais de trabalho, os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito do processo negocial sobre a revisão do regime de recrutamento e colocação, que ainda decorre.
No Parlamento, o ministro da Educação, João Costa, garantiu que a contratação de docentes não vai passar para as autarquias e que vai continuar a fazer-se com base na graduação profissional, abandonando também a intenção de permitir que os diretores possam selecionar 30% dos seus professores.