
Uma dezena de exposições e instalações vão estar patentes em Óbidos, de 10 a 20 de outubro, no âmbito do Folio – Festival Literário Internacional, este ano sob o tema “O Tempo e o Medo”, anunciou hoje a autarquia.
A PIM! – Mostra de Ilustração Para Imaginar o Mundo volta a instalar-se na Galeria Nova Ogiva, numa exposição com curadoria de Mafalda Milhões, que conta com trabalhos de ilustradores nacionais e internacionais.
As palavras “tempo e medo” têm presença garantida no espaço, de acordo com a curadora que promete ao público “um diálogo entre as ilustrações e os temas” para levar o público a “pensar o mundo e a valorizar o ato de criação”.
Numa edição subordinada ao tema “O Tempo e o Medo”, as mostras do Folio falam de medos de outros tempos, com destaque para “Império do Medo”, uma exposição que evoca a escravatura e o tráfico negreiro, abolido em Portugal há 150 anos.
Trata-se de uma mostra de fotografia com curadoria de Alfredo Caldeira, Fátima Sá, Isabel do Carmo, Patrícia Alves, Paula Cabeçadas e Raquel Santos, que aborda também as novas servidões da atualidade e diferentes manifestações de racismo. Pode ser visitada na Casa Saramago.
O Museu Municipal de Óbidos propõe uma nova forma de olhar para o seu acervo, numa exposição organizada por Ana Calçada e intitulada “O Medo dos Medos no Tempo”.
Já o Museu Abílio Mattos Silva mostra as ‘t-shirts’ do arquivo Ephemera, para lembrar como o corpo pode também usar-se como forma de expressão e de protesto.
A exposição intitulada “Quem protesta não tem medo” conta com José Pacheco Pereira e Ana Maria Calçada, como curadores.
“É Só Vaidade!” reúne fanzines da coleção da futura Fundação Farrajota, numa exposição de várias publicações independentes, editada numa “marginalidade bibliográfica” e em “galerias nómadas e precárias”, que o curador Marcos Farrajota considera que as poderão tornar num “artesanato urbano da Era da Informação”.
A esta mostra, patente na residência José Joaquim dos Santos, junta-se “IT 2019”, uma coleção de peças em vidro e cerâmica, concebidos pelos alunos do cruzo de Design de Produto da Escola Superior de Arte e Design.
A mostra que propõe uma reflexão sobre o papel dos objetos no quotidiano tem coordenação de Carla Lobo e Fernando Carradas, e pode ser vista no Centro de Design de Interiores.
Os desafios da inclusão na mediação de leitura e na promoção de literacias com crianças e jovens são também mote para uma exposição, promovida pelo Folio Educa, e que mostra o trabalho desenvolvido por escolas e bibliotecas.
Por último, uma mostra de fotografias dos presépios vivos, protagonizados pela comunidade durante o evento “Vila Natal”, e “My Machine”, com máquinas realizadas pelas crianças, completam a oferta no capítulo das exposições.
Para ver durante o Folio, haverá ainda uma instalação na capela de S. Martinho, uma livraria temporária na residência Criativa André Reinoso.
Organizado em cinco capítulos (“Folia”, “Folio Autores”, “Folio Educa”, “Folio Ilustra” e “Folio Paralelo”), o festival teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários.
Palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas entre escritores e leitores, o Folio passou no ano seguinte a ser suportado pela autarquia.
A edição do ano passado proporcionou 831 horas de programação, envolvendo 554 participantes diretos, entre autores, pensadores, artistas e criativos, em 26 mesas de debate, 25 concertos e 13 exposições, ao longo de 11 dias, com mais de 185 atividades.