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Ao longo da semana o Torres Vedras Web tem vindo a contar a história de David dos Santos, o jovem empreendedor filho de emigrantes na Bélgica que, depois do sucesso mundial alcançado com a Diabólica, decidiu investir na Praia da Areia Branca, na Lourinhã. “Chamei-lhe Hostel Paradise por ser o meu paraíso” conta, abrindo o livro deste desafio que o fez voltar a Portugal há cerca de um ano e meio.

“80% foram clientes que seguiram a aventura da Diabólica e que quiseram ver o que era o ‘paraíso do David’. Quiseram perceber porque é que saí da Bélgica, sendo cidadão do ano e tudo” explica. Para as dúvidas que traziam na bagagem, o jovem não tinha dúvidas das respostas. “Queria que percebessem porquê, e quando chegaram aqui ficaram conquistados.” A conquista foi de tal modo eficaz que, revela, “bastantes clientes já compraram casa na zona porque ficaram apaixonados.”

A paixão que nutre pelo Oeste não deixa, de facto, ninguém indiferente. David acredita no potencial desta zona e defende uma aposta clara no sector do turismo. Essa é, também, a mensagem que tenta transmitir a quem escolhe o Hostel Paradise para passar uns dias ou, até mesmo, umas semanas de férias. “Na época baixa tenho portugueses a virem todos os fins-de-semana para descobrirem a zona e o porquê do sucesso” explica, adiantando que cerca de 60% das pessoas que por aqui passaram durante o primeiro ano de vida deste hostel “já marcaram uma reserva maior do que dois ou três dias” para o ano que se segue.

"Os turistas são conquistados pelo calor humano que transmitimos" conta David dos Santos
Cada quarto é dedicado a uma zona do Oeste, com o objectivo de incentivar os turistas a conhecer diversos pontos da região. Foto: David dos Santos

“Temos 12 quartos com temas, o que faz com que fiquem logo a conhecer fotografias da zona, os quilómetros e o tempo de carro, para não ficarem só na praia e saberem que há tanta coisa bonita há volta” explica David dos Santos. Assim, quem chega pode ficar alojado no quarto dedicado ao Buddha Eden Garden, ao Vimeiro, a Santa Cruz ou à Nazaré. “Revolucionei com a imagem” afirma, deixando escapar uma inconfidência. “Os Presidentes de Câmara ainda nem sabem…”

Ao surpreendente formato de hostel que se encontra, David acrescenta o contacto próximo e o acolhimento quase ‘familiar’ que também contribuem para o sucesso desta casa. “É disso que as pessoas gostam: não são números, são nossos ‘convidados’. Muitas vezes jantamos todos juntos” conta, concluindo que, muitas das vezes, “quando chegam cá não me conhecem e acabam por sair como amigos.” Com o objectivo de reconhecer a importância que esta “família paradise” assume, a sala de refeições conta com uma “parede especial”. Trata-se de um autêntico wall of fame onde se encontram fotografias de todos os que já passaram por aqui. “Sem os clientes não sou nada. Num ano já enchemos a parede toda, já estamos a por vinil noutras paredes para continuar. O balanço é óptimo, não podia ser melhor” conclui.

“Os turistas são conquistados pelo calor humano que transmitimos.” Um calor que David parece fazer chegar a todos os cantos do mundo. “Ainda esta semana veio um casal da Jordânia. Também já tivemos clientes do Dubai… É o mundo ao contrário.” Para esta afirmação internacional no sector do turismo, destaca o facto de, em Portugal, a oferta poder variar entre regiões únicas e com características distintas. “Temos praia, campo, montanha e bom tempo. Este Inverno foi uma aventura gigante: num dia estávamos a fazer surf com os clientes e no outro a esquiar na Serra da Estrela.” Aos 32 anos, o jovem luso-belga não tem dúvidas. “Fala-se do Hostel Paradise em muitos países do mundo.”

"Os turistas são conquistados pelo calor humano que transmitimos" conta David dos Santos
“Temos praia, campo, montanha e bom tempo” destaca David, sobre as características únicas de Portugal. Como complemento, o hostel tem piscina e dispõe de bicicletas para um passeio pela Areia Branca. Foto: David dos Santos

Em Portugal, David encontrou uma realidade de que não estava à espera. “As pessoas aqui não dão valor ao que têm à volta, olham mais para a casa do vizinho do que para a sua casa” atira. “Pensam que a solução está lá fora, mas não, temos tudo aqui.” Ainda não passaram dois anos desde que vive em terras lusitanas, mas afirma que já viu “alguma evolução porque, depois de verem alguém conseguir, muitas pessoas já se lançam um pouco mais.” Defende um trabalho conjunto entre entidades e pessoas porque, afinal, “todos juntos somos mais fortes” e acredita que “esta costa Oeste tem tudo para receber melhor os turistas.”

“Temos uma equipa fantástica que dá a vida pelo hostel e pelos clientes” sublinha, lembrando que “estamos fartos que falem mal do povo português e queremos mostrar uma bela imagem.” E se David não nega “a ambição de ter hostels noutras zonas de Portugal, como no Gerês” revela que já recebeu convites para expandir o negócio a duas cidades fora do país. No entanto, o jovem salvaguarda que pretende ficar por Portugal e traça o resumo de cerca de um ano de portas abertas. “O balanço é super motivador porque termos retorno do nosso trabalho dá-nos prazer e cada vez mais asas. Dá muito orgulho.”

Entre a Diabólica e o Hostel Paradise, David dos Santos ainda revela que “estão bastantes projectos de aspecto humano em cima da mesa.” O jovem luso-belga divide-se em reuniões um pouco por todo o mundo e não nega o desejo de assim continuar. “A partir do momento em que ajude o meu país, que fale de nós e que tenha o aspecto humano, entro em todos os projectos que sejam bons. Acredito, ajudo e vou fazendo.” Adivinha-se, por isso, um futuro que continuará a dar frutos porque, como faz questão de lembrar, “tudo é possível”. “Quero fazer projectos que aliem as pessoas e que façam ver que se consegue mudar as coisas.” Palavra de David.

"Os turistas são conquistados pelo calor humano que transmitimos" conta David dos Santos
A recepção do Hostel Paradise, na Praia da Areia Branca. Foto: Torres Vedras Web

 

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Rita Alves dos Santos
Jornalista. Natural de Torres Vedras. Licenciada em Ciências da Cultura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Pós-Graduada em Jornalismo Multiplataforma. Mestranda em Jornalismo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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