
Os 152 fortes construídos há 200 anos para defender Lisboa das invasões francesas estão em processo de classificação como Património Nacional, informou hoje a Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres.
Apesar de o pedido para a classificação como Património Nacional ter sido feito pelos municípios à Direção-Geral do Património Cultural há cerca de cinco anos, “o trabalho está agora praticamente no fim”, disse hoje José Alberto Quintino, presidente da associação.
O também presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço alertou para a “urgência” de concluir o processo e de aquele património vir a ser classificado como Património Nacional para que os municípios possam candidatá-lo a fundos comunitários, com o intuito de obterem verbas não só para a sua preservação, como também para a sua promoção turística.
Por ainda não ter a classificação, os municípios estão na expetativa de conseguirem financiamento através do Turismo de Portugal para a promoção turística da Rota Histórica das Linhas de Torres, cuja candidatura está em fase final de elaboração.
“A rota continua a receber visitantes, mas não temos quaisquer meios promocionais para a divulgar”, sublinhou.
De acordo com a Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres, em 2015 a rota recebeu pelo menos 9.400 visitantes, abaixo dos cerca de 15 mil que visitaram por ano aquele património entre 2010 – quando se comemorou o bicentenário – e 2013, quando se inauguraram os centros interpretativos e a requalificação dos fortes.
Em 2014, a Rota das Linhas de Torres venceu o prémio Europa Nostra na categoria “Conservação”, dado o trabalho de desmatação, recuperação e reabilitação dos fortes.
Nesse ano, a Assembleia da República instituiu o dia 20 de outubro como o Dia Nacional das Linhas de Torres.
Em 2010, aquele património foi visitado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, por ocasião das comemorações dos 200 anos após a construção das linhas defensivas, durante as quais foram inauguradas obras de recuperação dos fortes e de Centros de Interpretação, um investimento estimado em cerca de seis milhões de euros.
As Linhas de Torres designam o conjunto das 152 fortificações construídas sob a orientação do general inglês Wellington, comandante das tropas luso-britânicas no período das invasões francesas, para defender Lisboa das forças napoleónicas entre 1807 e 1814.
A Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres integra os municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.