Peniche quer que Museu da Resistência seja ponto de partida para roteiro cultural
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Em cima da mesa, estão duas hipóteses: criar um “grande Museu Municipal ou vários museus”.

A Câmara de Peniche quer que o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, que vai surgir na Fortaleza de Peniche, seja uma âncora para a criação de um roteiro cultural do município, disse hoje o seu presidente.

O autarca independente Henrique Bertino afirmou à agência Lusa que este município do distrito de Leiria “tem garantido” pelo Ministério da Cultura um espaço na Fortaleza de Peniche, que a câmara vai usar como “montra do que o concelho tem para mostrar, já que o Museu Nacional será um fator de atração de mais pessoas” à cidade e ao concelho.

O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade é considerado pela autarquia como o “ponto de partida para se criar um roteiro pelo património cultural”.

Contudo, “a Fortaleza não tem espaço para a ambição da exposição de conteúdos” que a autarquia tem e nem é esse o interesse”, afirmou o autarca, que prefere pensar na criação de uma rede de museus.

Em cima da mesa, estão duas hipóteses: criar um “grande Museu Municipal ou vários museus”.

Henrique Bertino lembrou que o espólio do Museu Municipal, que funcionou até há um ano na fortaleza, era dedicado à história da resistência e deste monumento, motivo pelo qual os seus conteúdos terão de ser repensados com a abertura do novo Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.

“Se tivéssemos recursos financeiros, teríamos condições de ter vários museus”, sublinhou, tendo em conta o espólio existente e os potenciais conteúdos museológicos relacionados com a história do concelho, da pesca, das conservas, da construção naval, das rendas de bilros ou do naufrágio do navio espanhol San Pedro de Alcântara em 1786.

O autarca admitiu que a criação de museus poderá ser “uma aposta da câmara para candidatar aos próximos fundos comunitários”.

O investimento na recuperação da fortaleza e da respetiva muralha e de instalação do Museu Nacional da Resistência e Liberdade está estimado em 3,5 milhões de euros.

A Fortaleza de Peniche está encerrada ao público desde meados de novembro de 2017.

Em 2018, o arquiteto João Barros Matos foi selecionado para elaborar o projeto de arquitetura para o Museu Nacional da Resistência e Liberdade, enquanto o guia de conteúdos, composto por 11 núcleos foi elaborado pela Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica.

Em abril de 2017, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar um museu nacional dedicado à luta pela liberdade e pela democracia, na antiga prisão da ditadura do Estado Novo destinada a presos políticos.

Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada.

Em abril de 2017, a Assembleia da República defendeu em plenário, da esquerda à direita, a requalificação e a preservação da sua memória histórica enquanto ex-prisão política da ditadura.

A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.

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