Portugal e a Língua Portuguesa
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Portugal é uma porta para a Europa. Portugal tem o Mar que divide continentes. Portugal tem a Língua Portuguesa.

O português é a quinta língua mais falada do mundo e a língua oficial, para além de Portugal, no Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Guiné-Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
 
Portugal e a Língua Portuguesa têm um papel preponderante na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde a sua fundação, em 1996, pelos oito estados pioneiros. No ano de 2002, e após a conquista da independência, Timor-Leste foi acolhido como país integrante, transformando a CPLP numa comunidade composta por nove estados-membros.

A CPLP é assim uma organização intergovernamental que se define como um fórum multilateral para o “aprofundamento da amizade mútua e de cooperação entre os seus membros”. Esta comunidade é baseada em princípios como “o primado da Paz, da Democracia, do Estado de Direito, dos Direitos Humanos e da Justiça Social”, conforme consta no artigo 8º do estatuto desta organização.
Portugal, ao longo da sua história recente, tem tido um papel preponderante na CPLP, na defesa dos Direitos Humanos, da Paz e da Democracia. No entanto, a CPLP é também uma oportunidade a nível económico para Portugal e para as empresas portuguesas, daí que a cooperação económica entre os estados-membros seja muito importante e fundamental.

Um estudo efetuado sobre “Economia Portuguesa e Lusofonia”, apresentado em março de 2012 no âmbito do I Congresso Mundial de Empresários das Comunidades e Lusofonia, sublinha esta questão, destacando o potencial económico extraordinário da língua portuguesa: 4,6% do PIB mundial (1,857 mil milhões de euros) e 2% do comércio internacional (441,9 mil milhões de euros) envolvendo 3,6% da população mundial (254 milhões de pessoas).

A língua portuguesa, diz este estudo, “como característica inovadora, exerce um forte impacto nas economias a vários níveis, nomeadamente, na dinamização das trocas comerciais, na promoção da globalização empresarial, no desenvolvimento das relações políticas e sociais, no intercâmbio de ideias, e no fluxo de pessoas”. Desta forma, Portugal, que movimenta um PIB de 170 mil milhões de euros, pode, através desta proximidade linguística e cultural, aproveitar um potencial que representa onze vezes mais o nosso Produto Interno Bruto. Este potencial é favorecido também pela vasta diáspora portuguesa: cerca de 4,9 milhões de pessoas espalhados pelo mundo, que perfaz quase 46% da população residente e Portugal. Este estudo demonstra ainda que a diáspora é um trunfo económico, pois “as comunidades portuguesas projetam os negócios nacionais e potenciam a aproximação a mercados dinâmicos e em crescimento”.
O estudo “Economia Portuguesa e a Lusofonia” destaca ainda o crescimento das exportações em “português”. Ou seja, o aumento de 14,8% das exportações para os países lusófonos (quando para o resto do mundo cresceram apenas 3,5%), tem como explicação a forte ligação entre Portugal e os países de língua portuguesa, bem como o aumento das comunidades lusas nesses países.
 
Assim, a Língua Portuguesa é património, é história e é futuro para a cooperação económica entre os estados-membros da CPLP. É fundamental continuar a estimular a criação de pontes e laços entre os países, entre os cidadãos e entre as empresas, sem esquecer os valores da paz, da democracia, da justiça social e dos direitos humanos.


Como disse Fernando Pessoa: “A minha pátria é a língua portuguesa”!

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Jorge Faria de Sousa
Natural da Lourinhã, distrito de Lisboa, é consultor na área de Gestão de Resíduos, no setor privado, e está a terminar o curso de Engenharia do Ambiente, no Instituto Superior de Agronomia. Atualmente ocupa o cargo de Presidente da JSD Distrital Lisboa-Área Oeste, desempenha as funções de autarca na Assembleia Municipal da Lourinhã e é membro Assembleia Intermunicipal da OesteCIM.

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