Para o novo Ano Hidrológico, que está a iniciar-se, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Torres Vedras recomenda a tomada de algumas medidas de precaução:
1. INSTABILIDADE DE TALUDES OU DESLIZAMENTOS MOTIVADOS PELA PERDA DE CONSISTÊNCIA DO SOLO
1. Acautelar, por parte dos agricultores, aquando da preparação dos terrenos, os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direcionadas a uma regueira de cabeceira;
2. Identificação dos taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma rutura;
3. Observação do funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
4. Especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente, perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.
2. INUNDAÇÕES EM ZONAS URBANAS, CAUSADAS POR ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
1. Verificação da funcionalidade dos sistemas de drenagem;
2. Limpeza e desobstrução de sumidouros, sarjetas, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias e pedras que aí se depositaram;
3. Desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas, e limpeza de bueiros, algerozes e caleiras dos telhados das habitações.
3. ARRASTAMENTO PARA A VIA PÚBLICA DE OBJETOS SOLTOS E DESPRENDIMENTO DE ESTRUTURAS MÓVEIS OU DEFICIENTEMENTE FIXADAS, POR EFEITO DE EPISÓDIOS DE VENTO FORTE
1. Verificação de todas as estruturas que, pelas suas caraterísticas (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistam aos ventos fortes;
2. Nos casos em que tal seja impossível, assegurar a facilidade de remover/desmontar essas estruturas, guardando-as em locais seguros sempre que se prevejam/ocorram ventos fortes.
4. CHEIAS MOTIVADAS PELO TRANSBORDO DO LEITO DE ALGUNS RIOS
1. Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros pontos de estrangulamento do escoamento hídrico;
2. Limpeza de linhas de água assoreadas;
3. Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, nas proximidades das linhas de água;
4. Recolha ou trituração dos resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das linhas de água;
5. Reparação de desmoronamentos nas margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos.
“De referir que tem-se constatado de há alguns anos a esta parte no concelho de Torres Vedras que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, gera instabilidade nas terras e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos nas mesmas.
Por sua vez, estes vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário em alguns casos proceder à interdição total ou parcial das mesmas.
Por outro lado, os deslizamentos de terras provocam o entupimento das valetas e aquedutos, dificultando o escoamento das águas pluviais para os devidos sistemas de drenagem, agravando assim as inundações que ocorrem em períodos de chuva intensa.
Sendo o concelho de Torres Vedras um território com cerca de 407 km2, o maior do distrito de Lisboa, com uma ativa e vasta atividade agrícola/hortícola, é natural que o risco de deslizamento de terras seja no mesmo elevado, até devido às suas características morfológicas, pelo que se torna fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução por forma a evitar o agravamento deste risco.
Neste sentido, apela-se a todos os agricultores e trabalhadores agrícolas do concelho de Torres Vedras que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorram de acordo com as boas práticas estabelecidas para esta atividade, tendo especial atenção para a importância da mobilização dos solos ser efetuada segundo as curvas de nível (na mesma cota), e para a criação ao longo do terreno de valas drenantes, direcionadas a uma regueira de cabeceira.
Recorde-se que a limpeza dos troços de linhas de água localizadas fora dos aglomerados populacionais é da responsabilidade dos proprietários dos terrenos confinantes com as mesmas.
Sendo que a ação preventiva constitui a estratégia mais eficaz para minimizar os efeitos de eventos naturais funestos, cada munícipe deve assumir a sua responsabilidade para esse fim”.
Mais esclarecimentos sobre a temática abordada podem ser obtidos contactando o Serviço Municipal de Proteção Civil de Torres Vedras (n.º de telefone: 261 320 764 / e-mail: prociv@cm-tvedras.pt).