O presidente da Câmara de Ourém anunciou hoje que uma das propostas que deixou na consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi a ligação da linha ferroviária do Norte à do Oeste, em Fátima.
Durante a reunião do executivo de hoje, Luís Albuquerque (coligação PSD/CDS-PP Ourém Sempre) informou os vereadores sobre as propostas que deixou ao documento estratégico do Governo.
“Apresentámos um contributo para que seja feita uma ligação da linha do Norte à linha do Oeste para que Fátima seja servida de ferrovia”, explicou o presidente.
Esta ligação seria complementada com a “melhoria dos acessos da Zona Industrial de Casal dos Frades e Zona Industrial da Freixianda à Estrada Nacional 356”.
A ligação da autoestrada 1 (A1) ao itinerário complementar 9 (que liga Nazaré a Tomar), “uma velha aspiração” que também já foi reivindicada pela Assembleia de Freguesia de Fátima, foi também contemplada nas sugestões enviadas pela autarquia de Ourém, no distrito de Santarém.
Lamentando que os investimentos sejam “destinados sobretudo ao Estado Central”, Luís Albuquerque propõe ainda uma verba para a eficiência energética de edifícios públicos municipais, assim como “um investimento na digitalização da administração local”.
“O ensino profissional é muito reconhecido e privilegiado neste PRR, pelo que destacámos a importância da construção do novo edifício da Escola de Hotelaria de Fátima”, revelou ainda.
Nas propostas constam também a inclusão de uma verba para o turismo, já que “não há nenhuma prevista”, e a “requalificação do centro de saúde de Ourém”.
Foi ainda apresentado um contributo para “contemplar a valência de creche”. É importante que “possa haver dinheiro para este tipo de investimento, que no nosso concelho é deficitário.”
Outro contributo apresentado foi “considerar uma verba para os cuidados continuados do projeto do Centro Social da Ribeira de Fárrio”, até porque “o Governo tem o objetivo ambicioso de chegar às 5.500 camas”.
“Parece-nos importante trabalhar na área dos cuidados integrados de saúde mental em Fátima e criar apoios para as zonas rurais para uma maior coesão do território”, acrescentou.
Luís Albuquerque defendeu ainda uma “medida vocacionada para o apoio ao desporto de formação, que está a ser muito prejudicado nesta pandemia e que não está contemplado neste PRR”, rematou.
Na reunião de executivo, o presidente apontou ainda a importância de ser criada uma área integrada de gestão da paisagem, que prevê 13 mil hectares, para que “no futuro se possa intervir na área florestal recorrendo a fundos comunitários”.
“Será uma oportunidade para recuperar as zonas onde decorreram os incêndios de 2017 e onde é preciso intervir. Mas, para isso, é preciso ter acesso a fundos comunitários”, frisou, exemplificando que a intervenção poderá passar pela “reflorestação, abertura de caminhos e aproveitamento de biomassa”.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.