
Recomendações para o novo ano Hidrológico
O mês de Outubro, caracterizado pela altura do ano em que as reservas hídricas atingem o seu mínimo e em que o período mais chuvoso se inicia, representa o começo de um novo ano hidrológico. Assim, ao iniciar-se o novo ano hidrológico, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda a tomada de algumas medidas de precaução.
- INSTABILIDADE DE TALUDES OU DESLIZAMENTOS MOTIVADOS PELA PERDA DE CONSISTÊNCIA DO SOLO
- Acautelar por parte dos agricultores aquando da preparação dos terrenos, os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direcionadas a uma regueira de cabeceira;
- Identificação dos taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma rutura;
- Observação do funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
- Especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.
OBSERVAÇÕES: Tem-se constatado de há uns anos a esta parte que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, geram instabilidade e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos de terras. Por sua vez, estes fenómenos vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário em alguns caso proceder à interdição total ou parcial dessas mesmas vias. Por outro lado, os deslizamentos de terras provocam o entupimento das valetas e aquedutos, dificultando o escoamento das águas pluviais para os devidos sistemas de drenagem, agravando assim as inundações inevitavelmente inerentes aos períodos de chuva intensa.
Sendo o concelho de Torres Vedras um território com certa de 407 km2, o maior do distrito de lisboa, com uma ativa e vasta atividade agrícola/hortícola, é natural que o risco de deslizamento de terras provenientes deste tipo de situações seja elevado, pelo que ser torna fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução por forma a evitar o agravamento deste risco e das suas consequências.
Neste sentido, apela-se a todos os agricultores e trabalhadores agrícolas que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorram de acordo com as boas práticas estabelecidas para esta atividade, tendo especial atenção, entre outros, para a importância da mobilização dos solos ser efetuada segundo as curvas de nível (na mesma cota), e para a criação ao longo do terreno de valas drenantes, direcionadas a uma regueira de cabeceira.
- INUNDAÇÕES EM ZONAS URBANAS, CAUSADAS POR ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
- Verificação da funcionalidade dos sistemas de drenagem;
- Limpeza e desobstrução de sumidouros, sarjetas, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias e pedras que ali se depositaram previamente à época das chuvas;
- Desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas, e à limpeza de bueiros, algerozes e caleiras dos telhados das suas habitações.
- ARRASTAMENTO PARA A VIA PÚBLICA DE OBJETOS SOLTOS, OU AO DESPRENDIMENTO DE ESTRUTURAS MÓVEIS OU DEFICIENTEMENTE FIXADAS, POR EFEITO DE EPISÓDIOS DE VENTO FORTE:
- Verificação de todas as estruturas que, pelas suas características (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistam aos ventos fortes.
- Nos casos em que tal seja impossível, assegurar a facilidade de remover/desmontar essas estruturas, guardando-as em locais seguros sempre que se prevejam/ocorram ventos fortes.
- CHEIAS MOTIVADAS PELO TRANSBORDO DO LEITO DE ALGUNS RIOS
- Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros estrangulamentos do escoamento;
- Limpeza de linhas de água assoreadas;
- Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, localizados nas proximidades das linhas de água;
- Recolha ou trituração dos resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das linhas de água;
- Reparação de desmoronamentos nas margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos.
Recorda-se que a limpeza dos troços de linhas de água localizadas fora dos aglomerados populacionais é da responsabilidade dos proprietários dos terrenos confinantes com essas mesmas linhas de água.
A ação preventiva constitui a estratégia mais eficaz para minimizar os efeitos deste tipo de eventos, devendo cada indivíduo assumir a sua cota de responsabilidade.