Salas de mobiliário do Museu de Arte Antiga encerram após curto tempo de abertura
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Cadeira do rei Afonso V, proveniente do Convento do Varatojo, é uma das peças presentes nas salas de mobiliário português do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.

As salas de mobiliário português do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, que raebriram ontem, 17 de julho, voltaram a fechar, por falta de vigilantes, disse à agência Lusa fonte do museu.

As salas que contam a história do mobiliário português do século XV ao século XIX tinham reaberto ontem ao público após renovação.

No ‘site’, o museu “pede desculpa pelo incómodo”, afirmando apenas que “as salas do mobiliário português encontram-se encerradas” e acrescentando que “a exposição permanente de joalharia encontra-se temporariamente encerrada para conservação e restauro das peças”.

As salas no piso 1 do museu tinham reaberto hoje, após “profundas obras de renovação”, com uma nova museografia, mais informação, luzes instaladas para valorizar as peças e nova sinalética, como referiu a conservadora Conceição Borges Sousa numa visita feita na segunda-feira.

Cadeiras, mesas, arcas, armários, peças de devoção, como as pequenas cadeiras e camas onde se sentava ou deitava o Menino Jesus, e tronos, constituem a narrativa expositiva das várias salas que apresentam, de forma cronológica, cinco séculos da História do mobiliário português nos seus vários estilos.

“Esta exposição ajuda a compreender, através do mobiliário, muito da vida privada da sociedade portuguesa nas várias épocas, e, por outro lado, demonstra a enorme perícia dos marceneiros portugueses, e o seu extraordinário trabalho”, salientou Conceição Borges Sousa.

A exposição inclui 15 peças, que foram introduzidas no percurso, e pelo menos seis delas nunca tinham sido mostradas ao público.

Uma das peças é a cadeira do rei Afonso V, em carvalho, datada de 1470, proveniente do Convento do Varatojo, nos arredores de Torres Vedras, que cria uma cenografia do poder através de outras peças que a ladeiam, designadamente uma tapeçaria que representa o monarca sentado.

“É muito rara. Poucos tronos desta época conseguiram chegar aos nossos dias”, realçou a conservadora do MNAA.

Outra peça é uma cómoda-papeleira que esconde um segredo: “É raríssima e muito importante para o museu, porque tem a data, 1790, e o nome do autor – Domingos Tenuta – escrita num lugar muito escondido”.

Abrindo várias partes da cómoda – que possui desenhos entalhados muito elaborados – e retirando algumas gavetas, é possível ver, na parte traseira de uma delas, gravado a dourado, o nome do autor numa tira de madeira, que por seu turno também se abre, e pode ser um esconderijo para o que ali couber.

O percurso conta ainda com a cadeira estofada que terá pertencido à rainha Maria Francisca de Sabóia, que casou com Afonso VI e depois com os eu irmão, Pedro II, proveniente do Convento das Francesinhas, em Lisboa, e uma mesa de pé de galo em forma de salva do século XVIII, diversos contadores e arcas – que eram polivalentes porque serviam para transportar, dormir ou comer – e o trono de Pedro IV, decorado em branco e vermelho.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas, nacionais e europeias, joalharia, desde a Idade Média ao século XIX, sendo um dos museus nacionais com o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

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Agência Lusa
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