
A Câmara de Torres Vedras aprovou hoje o lançamento de concurso para obras de adaptação do imóvel destinado a acolher em 2016 o Centro Interpretativo da Presença Judaica na cidade.
Em reunião pública, o executivo aprovou por unanimidade lançar concurso no valor de 300 mil euros para obras de adaptação de um imóvel devoluto do centro histórico da cidade para aí inaugurar, durante o próximo ano, o Centro Interpretativo da Presença Judaica.
Com este projeto, o município pretende perpetuar a memória da passagem dos judeus por Torres Vedras, valorizar o centro histórico e atrair turistas à cidade.
A proposta ainda requer aprovação da Assembleia Municipal, cuja próxima sessão se realiza no final de junho.
A empreitada vai decorrer durante 180 dias e deverá arrancar em setembro e terminar em abril de 2016, disse a vereadora da Cultura, Ana Umbelino, à agência Lusa.
A obra vai ser financiada em cerca de 234 mil euros [cerca de 85%] pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, financiado pelo governo norueguês, ao qual o município se candidatou.
Além do centro, o projeto contempla a criação de um circuito de visita cultural pelo centro histórico, com instalação de sinalética, explicou a autarca.
Para tornar a visita mais atrativa, a autarquia vai alargar os áudio-guias já disponíveis para quem visita a cidade, disponibilizando conteúdos multimédia sobre a história e referências urbanas da cidade relacionadas com a presença judaica.
O projeto vai integrar a Rede de Judiarias de Portugal, à qual o município já aderiu há vários anos.
A presença de judeus em Torres Vedras remonta pelo menos ao século XIII, altura a partir da qual há registos da existência nesta cidade de uma judiaria, um bairro onde os judeus viviam concentrados por haver segregação religiosa.
Em Torres Vedras, a judiaria, onde existiria uma sinagoga, começou por ocupar uma única rua do centro histórico, onde viviam 25 famílias de judeus, mas veio a crescer um século mais tarde.