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Os bombeiros de Alenquer suspenderam hoje o toque da sirene que assinala as 12:00 para que os deslocados ucranianos recém-chegados não o associem ao som da sirene indicativo de eventuais ataques armados e do consequente recolhimento obrigatório.

Em nota de imprensa, o município de Alenquer informou hoje que as corporações de bombeiros de Alenquer e da Merceana, bem como as respetivas secções de Olhalvo e da Abrigada, durante trinta dias, têm “suspenso o habitual toque das sirenes que assinala o meio-dia, por respeito e solidariedade para com os refugiados ucranianos recém-chegados ao território”.

“A nossa realidade convive com as sirenes ao meio-dia, diariamente, mas foi-nos relatado um momento menos bom, após o toque da sirene, em que duas crianças refugiadas não reagiram da melhor maneira. Foi esse o clique que nos fez pensar e executar esta proposta”, explicou o comandante municipal da Proteção Civil, Rodolfo Baptista, citado numa nota de imprensa.

Nos cenários de guerra, o toque da sirene alerta para um eventual ataque e para a necessidade de recolhimento obrigatório pelos civis.

“Com a suspensão do toque das sirenes, os serviços municipais de Proteção Civil visam proporcionar algum sentido de paz e tranquilidade aos refugiados ucranianos, dissociando este som das experiências traumáticas que os assolaram nas últimas semanas em função do conflito armado que decorre no país de origem”, é referido.

Segundo o município, chegaram a concelho do distrito de Lisboa pelo menos 40 refugiados, entre mulheres e crianças, que foram acolhidos por familiares que residem no território.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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Agência Lusa
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