Os utentes do Centro de Saúde de Torres Vedras estão pelo menos há três meses sem conseguir contactar telefonicamente aquela estrutura e já se queixaram aos partidos com assento na câmara e na assembleia municipal, que têm denunciado o problema.
Nos últimos três meses, os eleitos locais da esquerda à direita denunciaram que os utentes têm tido “dificuldades em marcar consulta, porque os telefones não funcionam”.
Questionado pela agência Lusa, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul, António Martins, remeteu esclarecimentos para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que, por sua vez, respondeu que “foi desencadeado procedimento para aquisição de uma nova central telefónica para Torres Vedras”. Esta, referiu, “será instalada muito em breve”.
A ARSLVT informou ainda que está em fase de substituição de algumas centrais telefónicas e a dar início ao processo de migração para um novo sistema de comunicações, que engloba serviço de voz, videoconferência, mensagens instantâneas e atendimento interativo automático.
Na sessão de final de julho da assembleia municipal, o deputado do PS Rui Prudêncio chegou mesmo a pedir a demissão do diretor do ACES Oeste Sul, “se não tem capacidade para resolver a situação”.
Numa conferência de imprensa realizada na terça-feira, os vereadores do PSD voltaram a criticar as “dificuldades de acesso telefónico ao centro de saúde e, em consequência, aos cuidados de saúde”.
Na sessão de setembro da assembleia municipal, o seu presidente, José Augusto Carvalho (PS), qualificou a situação como “inadmissível”, referindo que “ao não haver telefones não há cuidados de saúde”.
O presidente chegou a propor um peditório entre os membros da assembleia ou junto da população, “se o problema fosse financeiro”, o que não avançou, perante a justificação do presidente da câmara, Carlos Bernardes, de que tinha sido resolvida a avaria existente na altura na central telefónica.
Num comunicado datado de segunda-feira e publicado na sua página da rede social Facebook, a Unidade de Saúde Familiar (USF) Arandis referiu que, devido aos “constrangimentos do telefone”, os utentes devem “privilegiar o correio eletrónico”, evitando deslocações presenciais à unidade.
Em resposta a utentes, foram admitidos problemas na central telefónica, justificando-se que a “aquisição de uma central telefónica não depende da USF”.
No mesmo comunicado referia-se que desde maio a unidade “retomou de forma gradual e progressiva as atividades programadas suspensas na sequência da pandemia de covid-19”, estando atualmente a ser “agendadas as consultas de grupos de risco, planeamento familiar, saúde materna, saúde infantil, vacinação, domicílios e doença aguda, privilegiando a teleconsulta”.