Utilizadores do IC2 voltam hoje a fazer marcha lenta de protesto entre Benedita e Aveiras
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Cerca de uma centena de automobilistas iniciaram hoje uma marcha lenta entre a Benedita (Alcobaça) e Aveiras de Cima (Azambuja) em protesto contra o mau estado do Itinerário Complementar (IC) 2, que atravessa os distritos de Leiria, Santarém e Lisboa.

O protesto é organizado pelo Movimento Marcha Lenta do IC2, que contesta a perigosidade da via, onde, segundo o porta-voz, José Belo, se registam “uma média de oito mortes por ano” em acidentes e “ocorrências diárias com danos provocados em viaturas pelo mau estado da estrada”.

A caravana de automóveis em marcha lenta partiu da Benedita pouco depois das 10:00, com as participação dos presidentes de câmara de Rio Maior e Alcobaça, concelhos atravessados pela estrada, “um dos principais eixos de transporte de mercadorias do país”.

O presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana (PSD), disse à agência Lusa que “é fundamental a requalificação do eixo estruturante para a economia da região”.

A presidente da Junta de Freguesia da Benedita, Maria de Lurdes Pedro (PSD), prometeu que “as reivindicações não vão parar até que a obra seja efetivamente iniciada”.

A requalificação do IC2 está anunciada desde outubro de 2015, mas o lançamento do concurso tem sido sucessivamente adiado.

“Há pelo menos quatro ou cinco anos que a via se encontra num estado lastimável, provocando acidentes e danos que as populações não estão mais dispostas a aguentar”, afirmou a autarca.

A fila que arrancou da Benedita será engrossada na Asseiceira (concelho de Rio Maior) com outros participantes no protesto, estimando o movimento que “forme uma fila superior a 20 quilómetros”, apesar de “o trânsito profissional [camiões de empresas] estar a ser desviado pela GNR”.

A Infraestruturas de Portugal (IP) deliberou em outubro de 2015 lançar o procedimento pré-contratual necessário à contratação da empreitada “IC2/EN1 – Beneficiação entre Asseiceira (KM 65+200) e Freires (KM 85+500)”, pelo valor de 7,5 milhões de euros, que, na altura, foi distribuída pelos anos de 2016 (1,15 milhões de euros) e 2017 (6,35 milhões de euros).

O lançamento do concurso voltou a estar previsto até ao final de 2018, com previsão do início da empreitada no segundo semestre de 2019, “condicionado, todavia, à obtenção da autorização de encargos plurianuais, solicitada em agosto”, como admitiu a empresa na resposta a uma questão do município de Rio Maior.

Em julho de 2019, nas vésperas do protesto, a IP afirmou estar previsto o lançamento do concurso público da empreitada de beneficiação do troço do IC2 entre Asseiceira (Rio Maior) e Freires (Alcobaça) ainda durante o ano de 2019.

No passado dia 19 de fevereiro, a IP anunciou para este mês o lançamento do concurso público para a empreitada de requalificação do IC2/EN1 entre o nó da Asseiceira e a zona urbana de Freires, no valor de 7,5 milhões de euros e com um prazo de execução de 450 dias.

Em comunicado, a Infraestruturas de Portugal afirmou que a intervenção vai abranger um troço com uma extensão total de 20,3 quilómetros, entre o quilómetro 65,2, e o quilómetro 85,5, que atravessa os concelhos de Rio Maior e Alcobaça, nos distritos de Santarém e Leiria, respetivamente.

A empresa tem afirmado que, enquanto a empreitada não avança, tem vindo “a promover a realização de trabalhos pontuais de conservação do pavimento no âmbito do Contrato de Conservação Corrente, de forma a mitigar os problemas de sinistralidade que ali se têm registado”.

Já hoje foi publicada em Diário da República uma portaria que autoriza a IP a proceder à repartição de encargos para a beneficiação do troço entre Asseiceira e Freires.

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Agência Lusa
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