O Partido Social Democrata (PSD) de Torres Vedras apresentou a plataforma “Torres Vedras a 10 Anos”, um conjunto de grupos de trabalho temáticos que dá início à preparação das Eleições Autárquicas de 2017. O Torres Vedras Web esteve à conversa com Marco Claudino, Presidente da Comissão Política do PSD local, e com Rita Sammer, Coordenadora-Geral da plataforma, que analisam o rumo autárquico desenhado nos últimos anos pelo Partido Socialista (PS).
“Vejo com preocupação e alguma inquietação o que se está a passar na Câmara Municipal de Torres Vedras (CMTV). Creio que é muito visível que houve uma tentativa, por parte do actual Presidente, de dizer ‘quem manda aqui sou eu'” lança Marco Claudino. “Surpreendeu-me que o primeiro pensamento daquele que era o Vice-Presidente da CMTV fosse fazer uma ruptura com o anterior Presidente. É muito estranho”, acrescenta. À análise às recentes alterações no seio da autarquia torriense, o líder social-democrata destaca ainda o facto de “o vereador da parte financeira [Sérgio Galvão] ter saído do SMAS e da Promotorres, quando se diz que podia ser um potencial concorrente de Carlos Bernardes para uma candidatura à Câmara. Penso que não é assim que funcionam as coisas.” Rita Sammer revela mesmo “alguma expectativa para acompanhar a forma como as pessoas que não estão directamente ligadas à política se vão apercebendo das mudanças.”
Marco Claudino lembra o episódio que envolveu RadiOeste e Rádio Comercial na última edição do Carnaval torriense, para voltar a apontar baterias a Carlos Bernardes: “aquilo que mais me desgostou foi ver o Presidente da Câmara a limpar as responsabilidades que no último momento tem sempre, mas depois estava na fila da frente para receber os créditos e o bom reconhecimento que o Carnaval dá.” E remata. “Quem quer ficar sempre bem, mais cedo ou mais tarde, fica mal.”
O líder social-democrata lembra que “a realidade de hoje não é a de há 10, nem 20, nem 30 anos”, e recorda um episódio passado nas comemorações do 25 de Abril, quando, na inauguração de um pavilhão em Carmões, Alberto Avelino – o primeiro Presidente da CMTV eleito após a Revolução dos Cravos – lembrou que o seu primeiro orçamento à frente da autarquia era igual ao valor daquele pavilhão. O dirigente do PSD sublinha “a receita de IMI de 13,5 milhões de euros” obtida hoje pela Câmara para sublinhar que “hoje não basta pensar em saneamento e alcatrão como os grandes desígnios. Temos de ser mais exigentes.”
“Actualmente os Presidentes de Câmara têm noção que o desenvolvimento social e económico ‘não-materializável’ é tão ou mais importante do que a obra física. O que não quer dizer que não existam insuficiências no Município.” Como exemplo, o social-democrata aponta as carências “ao nível das estradas” e reforça: “sabemos que em 2017 estarão bem arranjadas, porque em Torres Vedras o alcatrão é bissexto, nunca falha de quatro em quatro anos.”
Rita Sammer e Marco Claudino sublinham que o PSD revela “muita preocupação na área social”, pese embora o concelho torriense “não seja dos mais problemáticos. Há problemas pouco visíveis mas que, de facto, existem, e os municípios devem ter fortes mecanismos de apoio social.” Paralelamente, deixam o alerta de que no ano passado “o Município concedeu 10 milhões de euros para subsídios, individuais e colectivos.” Nesse sentido, o líder torriense sublinha: “não quero que a CMTV deixe de apoiar o que deve ser apoiado, não quero é que seja uma geradora de dependências.” Como tal, considera ser “importante que as associações tenham um quadro programático”, estipulando protocolos que primam “pela previsibilidade e pela liberdade.”
Marco Claudino aponta o dedo à gestão da Autarquia, para defender que “não podem haver territórios de freguesia de primeira e de segunda. Não se pode dizer que se gosta muito do interior, e demorar anos para que o primeiro campo relvado lá fosse colocado, porque tem menos votos.” Pinta-se o retrato de um concelho – “o maior em termos de território do distrito de Lisboa” – para se afirmar, com segurança, que “a coesão territorial do Município é algo fundamental para a nossa identidade.”
A necessidade de “um tempo novo”
O líder da Comissão Política do PSD sublinha que é “nas empresas que ultrapassaram a crise com grandes dificuldades” que se podem encontrar pessoas para trilhar um caminho que leve “mais além”, através da criatividade e da capacidade de pensar “fora da caixa”. Porque, defende, “precisamos de uma visão muito além daquilo que é a paróquia e do que são as fronteiras físicas e administrativas do Município.” Para isso alude ao grupo de 10 personalidades da sociedade torriense que integram a plataforma “Torres Vedras a 10 anos”. “Estas pessoas enquadram-se lindamente neste nosso plano político” que tem no horizonte um “tempo novo autárquico.”
“Não vejo uma política de atracção de investimento em Torres Vedras” lança, esclarecendo que para o PSD, pelo contrário, “é verdadeiramente importante estarmos muito próximos das empresas.” Marco Claudino conta que esteve no Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB) – “a maior plataforma agro-alimentar do mundo”-, em Lisboa, e lembra o espanto causado pela representação torriense no evento. “Na banca da OesteCIM, onde estão representados todos os municípios, os nossos produtos eram bolachas e uma compota.” Algo que os sociais-democratas não compreendem, tendo em conta que “somos o maior produtor de vinho e um dos maiores de hortícolas do país.”
As empresas estão mesmo no centro das preocupações do PSD, que fala na necessidade de se desenvolverem mecanismos de divulgação de apoios comunitários a que as associações podem recorrer, e de que, muitas vezes, não têm conhecimento.
2017 na rota do PSD de Torres Vedras
“Creio que foi Carlos Miguel que, numa discussão na Assembleia Municipal, falou na ideia de que ‘as eleições autárquicas não se ganham, perdem-se’. E isto marca a postura que o PSD tem de ter” aponta Rita Sammer. “Se esta frase tem algum significado, então só há uma força que pode perder, que é o PS. E o PSD tem de ganhar a Câmara.”
Marco Claudino vinca que se trata de “um Município fabuloso, com uma potencialidade enorme e uma grande centralidade em termos de acessibilidade, e isso tem de ser valorizado”. O Presidente da Comissão Política do PSD torriense confessa que tem “uma visão de que o PS em Torres Vedras tem feito um trabalho que não é irresponsável. Temos uma dívida financeira que apesar de ser elevada, é controlada.” No entanto, considera que se tem feito “o básico, não se consegue ir além em muitas iniciativas” referindo, a título de exemplo, o caso da Feira de São Pedro. “Não podemos exigir a quem está há 40 anos no poder (ainda que renovem as lideranças) que mude o pensamento.”
“O PSD pretende com antecedência e tranquilidade, sem precipitações, fazer o seu programa e o seu caminho, e no final obter o resultado que deseja, que é vencer as eleições de 2017” esclarece Marco Claudino, que assegura que ainda é cedo para se falar em candidatos à Presidência da Câmara. “Gostaríamos de fechar os nomes até ao final do ano, mas não nos vamos precipitar.” E lança, em tom de recado. “Algo que eu gostaria era que, quatro anos depois de o PSD ganhar as eleições, ninguém se sentisse condicionado para participar activamente em listas deste ou daquele partido.”
Acompanho com muito interesse o debate livre e democrático sobre o nosso Concelho!
Sou cidadão Torreense e entendo que a democracia deverá envolver debate e participação de todos os Munícipes!
Não quero nem estou interessado em fazer parte dos diversos órgãos Autárquicos, por isso, e apesar de alguns convites nunca me candidatei a nenhum lugar, nem me quero candidatar!
Reconheço a todos os Autarcas o empenho e dedicação à causa pública e por isso faço sempre a minha delegação e poder no momento das eleições!
Desde que obtive o direito de voto nunca falhei, cumpri sempre o meu direito de voto.
Nunca tive ligação económica a nenhum candidato, tenho simplesmente afetos com os diversos candidatos e suas listas, assim como apoio publicamente atitudes e posições dos diversos candidatos, sempre em função do que entendo que será melhor para a nossa Região e Concelho por isso estou aberto ao debate, à projeção do futuro e aos projetos de Governação Local do próximo futuro.
Não gosto atual debate sobre táticas, gostaria que o mesmo fosse assente em debates estratégicos e ideológicos, pois não me interessa que o poder seja entregue a A, B, C ou D. interessa-me que os próximos candidatos apresentem de forma simples o sonho que tem para o meu Concelho!
Gostaria por isso de fazer muitas perguntas aos candidatos e forças da sociedade Torreense!
Um Abraço
Armando Fernandes
(Cidadão Torreensse)